quarta-feira, 4 de novembro de 2009

IPSB - Uma referência na (nossa) Educação

Recebi pela mão de um antigo Professor meu do IPSB um email, onde se orgulhava do trabalho que desenvolveu com um grupo de alunos.
Há muito tempo que não me recordava desses bons momentos e este email trouxe-me de novo à memória algumas das pessoas que me ajudaram a crescer como homem e cidadão.
Confesso (perdoem-me os autores), que numa primeira espreitadela nos vídeos disponíveis no Youtube, nem sequer prestei grande atenção ao rigor da representação e/ou cientifico, o que desde já aconselho a verificarem nos vídeos que disponibilizo mais em baixo, mas saltaram-me, como se por magia se tratasse, alguns momentos da minha juventude naquele estabelecimento…..
.....A Rádio Escola....Los Manolos....As entrevistas com o Prof. Telmo nas tardes de Quarta-Feira quando ninguém ouvia a rádio (ou se calhar ouviam)....As Escoliadas e a mania que era ginasta a levantar a TUCHA.....A aula de português da Prof.ª Ana Peres a interpretar a última música (Feiticeira) de Luis Represas...As aulas de Filosofia, misturadas com os projectos de escola do Prof. Paulo Amorim....As festas do Frei Gil....enfim tantas e tantas outras que agora me escuso de as publicitar.
Tal como hoje éramos miúdos que crescíamos com Professores que sempre estavam do nosso lado, com quem também passamos momentos maus, com tantos que nos chateamos e ainda hoje não sabemos porquê, mas de uma coisa temos a certeza.
Somos filhos do IPSB....Somos filhos da Obra de Frei Gil.
IPSB o nosso "Colégio" que continua nos dias de hoje a ser uma referência.



AFONSO HENRIQUES - A MÃO QUE EMBALOU O BERÇO DA NAÇÃO

"Corria o Ano da Graça de 2003. Por aqui reinava Diógenes Vidal, nobre pedagogo e visionário.

À volta, no feudo global, iam correndo os tempos, na sua azáfama de trazer mudança. E as mudanças eram significativas - as aldeias cá da terra eram promovidas a Vilas e a Vila, Oliveira do Bairro, a Cidade. Lá fora, George Bush, senhor da guerra da época, atacava Hussein, em directo e a cores para todo o Mundo. O Concorde despedia-se e, com ele, partia o domínio europeu na velocidade dos voos comerciais. Morria a Dolly, primeiro mamífero clonado. O descontentamento social era generalizado - desemprego, desigualdade social galopante, crise de Valores… Era uma boa altura para tirar o pó à História e arejá-la, recordando episódios patrióticos que “cheiravam a guardado, de tanto esperar”(1)…

Na escola, dois jovens professores de Área de Projecto tomam a iniciativa discreta de fazer um filme com os miúdos do 5ºA. Nada de extraordinário. O tema era interessante e oportuno - Afonso Henriques, a mão que embalou o berço da Nação - e daria para fazer algo interessante. Mas os professores envolvidos eram, também eles, uns “miúdos” e dali não sairia nada de jeito. Uma actividade para entreter… Mas não foi isso que Diógenes Vidal, o nobre e visionário pedagogo, anteviu quando os miúdos-professores se lhe dirigiram para solicitar meios e logística. Terá dito:

- Tereis tudo o que precisardes mas usai da vossa imaginação que os dinheiros são curtos…

E lá foram os miúdos-professores comunicar aos miúdos-miúdos que tinham pela frente uma tarefa importante, de muita responsabilidade, que exigia uma entrega plena e que, acima de tudo, iria ser muito…. DIVERTIDA!!!!!!!!!!

Agora era fácil! Era só mobilizar o corpo docente para participar, convencer os funcionários, fazer o casting, criar e construir adereços, contactar instituições para ter locais de rodagem convincentes, cuidar a segurança em todos os momentos, imaginar soluções técnicas para os intermináveis problemas que iam surgindo… E já agora também dava jeito um guião, diálogos, gerir transportes, compatibilizar horários… Nada de especial, atendendo a que tudo se faria NUM SIMPLES PERÍODO LECTIVO!

Tal foi o reboliço que algo de surpreendente e inovador aconteceu: na falta de um actor que lesse latim para fazer a personagem do Papa, os miúdos-professores, afoitos, falaram com o pedagogo visionário.

- Como fazemos? - o atento pedagogo não teve meias medidas e o inesperado aconteceu: ele próprio, que tudo acompanhava - mas à distância! - encarnou a personagem, magistralmente secretariado pelo seu avantajado assessor! Uma nova página estava a escrever-se na História da nossa humilde casa…

Afinal o trabalho dos miúdos-todos era respeitável! Afinal, com uma maquineta de filmar de qualidade duvidosa, um microfone na ponta duma vara, com um prato de pizza à volta, (em papel de alumínio!), a servir de parabólica colectora de som e um computador, podiam fazer-se coisas extraordinárias. Com dinheiros curtos… mas muita imaginação!

O resultado está agora ao dispor de todos, no Youtube. Já era tempo de partilhar esta obra de arte. Perdoem-me a presunção (já que não gasto água benta…) mas é mesmo uma obra de arte - na arte de congregar vontades, de mobilizar, de fazer sorrir, na arte de produzir trabalho dignificante, na arte de EDUCAR!

Aos miúdos TODOS fica esta homenagem e a pergunta: não há mais?

(1) - Vinicius de Moraes

PS.: - As fotos reportam para o “relançamento” do filme, numa sessão simples, mas concorrida, que se realizou na semana passada, no auditório do IPSB. Os actores aí estão, seis anos depois!

Um grande abraço ao Dr. Diógenes! Temos saudades suas!
"
PARTE I/II


PARTE III/IV


PARTE V/VI


in: http://ipsb.info/noticia/2009/11/03/afonso-henriques-a-mao-que-embalou-o-berco-da-nacao/

1 comentário:

  1. Olá! É importante referir que não fui eu o professor que esteve na origem e realização
    do filme! Participei como "actor" e como auxiliar técnico mas TODO o mérito deve ir para o André Moreira, para o Manuel Fernando (os profs) e os alunos, que tanto se esforçaram. Eu apenas estou a divulgar um trabalho que representa, na sua plenitude, a confiança de deposito no potencial que a educação tem.

    Telmo Domingues

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