terça-feira, 7 de dezembro de 2010

HOJE HÁ ASSEMBLEIA MUNICIPAL


Participe, na Assembleia do Ano, que vai definir as grandes opções e Orçamento para 2011 em Oliveira do Bairro.
Hora: 19h30
Local: Salaão Nobre da Câmara Municipal.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

30º aniversário do Falecimento de Francisco Sá Carneiro na Palhaça

O Núcleo do PSD da Palhaça, vai no próximo dia 04 de Dezembro de 2010 às 21h00 no Salão Nobre do Edifício da Junta de Freguesia da Palhaça, realizar uma sessão evocativa do 30º aniversário do falecimento do nosso fundador Francisco Sá Carneiro.
Traremos a este momento 3 visões, sob o tema
“ A influência de Sá Carneiro na Sociedade Portuguesa”.
Contamos com a presença dos seguintes oradores:
Francisco Rocha Gonçalves, Presidente do Núcleo do PSD em Paranhos.
Dr. Jorge Paulo Roque da Cunha, Ex Deputado à Assembleia da República e candidato pelo PSD à Câmara Municipal da Amadora em 2009.
Dr. Hermínio Loureiro, Presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis e membro da Comissão Política Nacional do PSD.

Trata-se de um evento aberto a toda a população, não exclusivo a militantes do PSD.


Mais informações:

Núcleo do PSD da Vila da Palhaça
psd.palhaca@gmail.com

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Regulamentos Municipais em Consulta Pública

Poderá desde hoje consultar aqui as seguintes porpostas de Regulamento que estão em consulta pública.
PARTICIPE

Edital n.º 1138/2010
Município de Oliveira do Bairro
Projecto de alteração ao Regulamento Municipal de Edificação e Urbanização

Edital n.º 1139/2010
Município de Oliveira do Bairro
Publicação do Projecto de Alteração ao Regulamento dos Horários de Funcionamento dos Estabelecimentos de Comércio e de Prestação de Serviços do Concelho de Oliveira do Bairro

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Oliveira do Bairro: Obras da Alameda da Cidade avançam em breve


O auto de consignação é firmado dia 2 de Novembro, numa obra que promete revolucionar o centro urbano de Oliveira do Bairro

O auto de consignação da nova Alameda da Cidade de Oliveira do Bairro vai ser assinado no próximo dia 2 de Novembro com a firma Vítor Almeida & Filhos Lda., da Mamarrosa. A obra foi adjudicada no passado dia 29 de Julho por quase cinco milhões de euros Assim, dentro de poucos dias, e durante vários meses, as intervenções vão passar a fazer parte da vida dos oliveirenses e de todos os que aqui passam ou trabalham. A confirmação do avanço das obras dentro de dias é dada por Mário João Oliveira, presidente da autarquia, que pede a compreensão de todos os que vão sentir, de forma mais permanente, no caso dos residentes, ou de forma mais pontual, para os que aqui trabalham e circulam, “os incómodos que uma intervenção desta natureza implica”. A fim de minimizar os transtornos, a Câmara vai apostar numa informação permanente a cada novo troço de intervenção. “De forma antecipada, residentes e população em geral serão informados da evolução dos trabalhos e condicionantes de acesso e circulação”, sublinha o autarca.
Trata-se de requalificar a EN235, mas vai-se muito além disso. Esta é uma obra numa extensão aproximada de três quilómetros, desde o quartel dos Bombeiros até à Escola Secundária de Oliveira do Bairro, que se prevê concluída no prazo de dois anos, e que vai transformar de forma evidente o espaço urbano da cidade. “Um projecto que pretende dignificar a cidade privilegiando o cidadão e devolvendo a cidade às pessoas”, salienta Mário João Oliveira.

Retirado daqui

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

5 de Outubro em Oliveira do Bairro


Oliveira do Bairro não foi excepção e à semelhança de todo o País comemorou o 5 de Outubro de 1910.
O Noticias de Bustos, realizou diversos apontamentos do que por cá se passou e aconselho vivamente uma visita ao seu blog em http://noticiasdebustos.blogspot.com/
Permitam-me apenas deixar-vos uma pequena nota:
Diversos políticos e entidades nos seus discursos de comemoração desta data referiram intensamente os seguintes princípios resultantes da revolução
Liberdade, Igualdade e Fraternidade
De facto foram e são os princípios que nos devem reger em sociedade, mas será que cada um de nós com responsabilidades nesta sociedade portuguesa temos praticado cada um destes valores?
Fica a questão.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Secretário de Estado Adjunto, da Indústria e do Desenvolvimento Inaugura Pólo Escolar da Palhaça


O concelho de Oliveira do Bairro integra o programa oficial de Comemoração do Centenário da República com a inauguração do Pólo Escolar da Freguesia da Palhaça. A inauguração está agendada para as 16h30, na Palhaça, com a presença do Secretário de Estado Adjunto, da Indústria e do desenvolvimento, Dr. Fernando Medina. A nova escola da Palhaça é uma das 100 escolas que será inaugurada no dia 5 de Outubro, assinalando os 100 anos da Implantação da República.
in: http://www.cm-olb.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=33658

Intervenção na Assembleia Municipal de 29/09/2010

Tive a oportunidade de deixar o meu contributo na Assembleia Municipal de Setembro, relatando aquela que é a minha visão para o desenvolvimento da Freguesia da Palhaça, nomeadamente com a conclusão do seu Pólo Escolar e um conjunto de implicações que esta situação acarreta.

Há pelo menos 12 anos na freguesia da Palhaça surgiu um sonho. Este sonho foi crescendo e tornou-se uma realidade.

Falo-vos da Escola da Palhaça que à época estava carente e completamente desadequada das necessidades imperiosas da Edução, neste caso em concreto o Pré-Escolar e 1º ciclo.
Até 2005, ano após ano, orçamento após orçamento a ideia foi afastada das prioridades concelhias, quiçá em jeito de castigo pós eleitoral.
Em boa hora o anterior executivo, entenda-se quadriénio 2005-2009, teve a visão de projectar e construir novos pólos escolares para todas as freguesias.
A Vila da Palhaça viu justiça ao ser contemplada com um desses projectos e o executivo social-democrata soube responder não só a esta exigência local mas também à escala municipal.
No passado dia 13, a escola abriu as suas portas. Quando muitos esperavam uma derrapagem na empreitada, uma vez mais, à hora marcada, lá se abriam as portas.
Foi um dia de festa para a freguesia e na qual tive a oportunidade de participar como Pai de um aluno.
É realmente uma obra notável que nos deve encher a todos de orgulho. Os meus parabéns sinceros à Câmara Municipal pelo facto de ter tido a coragem de efectuar uma aposta forte na educação, mas sobretudo os meus parabéns pela visão inteligente que identifica como vértice do desenvolvimento concelhio, a prioritização de uma área que é absolutamente fundamental na preparação dos nossos jovens para o futuro.
Isto é, que aposta nos nossos futuros munícipes e na sua formação com qualidade.
É preciso reconhecer o mérito a quem o tem, tanto mais que, com estas medidas, Oliveira do Bairro pode tornar-se num dos melhores territórios educativos do País.

Estou certo que o número de escolas a edificar, hoje não estará em causa por nenhum dos Srs Deputados e por nenhuma das bancadas. Porque se assim não for, saibam Vª Exas. que estarão a retirar momentos de felicidade a cada uma das crianças que não teve ou não terá a oportunidade que as da Palhaça estão hoje a ter e caberá a cada um de vós explicar as razões de tal situação

Sr. Presidente Mário João Oliveira

A freguesia da Palhaça esteve desde a 1ª hora associada a este Projecto Pólo Escolar, cedendo como se impunha os seus terrenos da actual feira para a sua construção.

O Projecto Pólo Escolar da Palhaça ainda não está terminado e por dois motivos.

O primeiro é que se torna imperioso a mudança da localização da feira, a construção da 1ª fase encontra-se a bom ritmo e acredito que muito em breve se dará inicio à segunda e consequente mudança.

Pelo que sei o novo espaço da feira da Palhaça será um lugar de excelência comercial e que perdurará por décadas aquela que é a feira mais popular e antiga desta região, um novo espaço dotado de todas as condições técnicas, de qualidade e ambientais, próprias de uma feira do século XXI.
Desta forma poderá ser promovido um mercado semanal de produtos hortícolas dedicado aos produtores residentes na Palhaça contribuindo deste modo para o desenvolvimento dos nossos agricultores.
Com uma feira organizada, com bons acessos e estacionamentos, todos teremos a ganhar. Haverá certamente maiores transacções comerciais, incentivando a economia local.

O segundo motivo, prende-se com a re-utilização das antigas escolas, nomeadamente a Nº1 da Palhaça.
Há cerca de um ano os Palhacenses escolheram inequivocamente um projecto para a sua freguesia, projecto esse liderado pelo Partido Social Democrata. Desse projecto fazia parte a CASA DA FREGUESIA – CENTRO CIVICO
Trata-se de uma readaptação desse espaço tornando-o num espaço que assumirá várias valências, designadamente as de pólo de leitura, Zona Wireless, salão nobre da Freguesia, salão de exposições, entre outras.


Sr. Presidente

Só após o terminus destas duas obras, poderemos considerar que a Vila da Palhaça se dotou de infra-estruturas que lhe permitirão um desenvolvimento Sustentável.

A Palhaça teve um Sonho.
Cabe a si ajudar-nos a concretizá-lo.
Confiamos no seu empenho e determinação.

Disse,

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Hoje há Assembleia Municipal

Onde o principal tema a debater será a Análise e Votação da 1.ª Revisão às Grandes Opções do Plano e Orçamento de 2010 e alteração ao Mapa do Pessoal

ORDEM DE TRABALHOS

1. Início dos Trabalhos
2. Expediente
3. Intervenção Aberta ao Público
4. Período Antes da Ordem do Dia
5. Ordem do Dia
Apreciação da Informação do Sr. Presidente da Câmara acerca da Actividade Municipal
Análise e Votação da 1.ª Revisão às Grandes Opções do Plano e Orçamento de 2010 e alteração ao Mapa do Pessoal
Análise e Votação da Participação de 5% do IRS
Análise e Votação do Lançamento da Derrama sobre o IRC para 2011
Análise e Votação das Taxas do IMI
Análise e Votação do Valor da Taxa Municipal de Direitos de Passagem
Análise e Votação do Protocolo de Delegação de Competências nas Juntas de Freguesia
Análise e Votação da ratificação da Adesão do Município à ACIB
Análise e Votação da Alteração ao Regulamento do Exercício de Diversas Actividades sujeitas a Licenciamento Municipal
Análise e Votação da Alteração ao Regulamento de Cemitérios do Município de Oliveira do Bairro

Local: Salão Nobre do Edifício dos Paços do Concelho
Hora: 19h30

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Junta de Freguesia da Palhaça com novo site


Apesar de ter sido pioneira, naquela que é a aventura digital em Portugal, a Junta de Freguesia da Palhaça teve necessidade de "restaurar" o seu espaço na internet.
Agora em http://www.freguesiadapalhaca.pt/ encontrará um novo espaço com novas modalidades e ferramentas de interacção.
É de salutar que esta situação já havia sido referenciada à cerca de um ano atrás e inclusivamente tinha sido matéria de campanha nas últimas Autárquicas.
Está de parabéns o Executivo da Freguesia Palhacense, que soube dar resposta às constantes mutações dos sistemas de informação.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

OLIVEIRA DO BAIRRO COMEMORA NO PRÓXIMO SÁBADO, 18 DE SETEMBRO, O DIA EUROPEU SEM CARROS, PARTICIPE!

Av. Dr. Abílio Pereira Pinto encerrada ao trânsito das 7h00 às 19h00Actividades 9h00-17h00

1º Cicloturismo do Concelho
Participação gratuita
Concentração 9h30 Av. Dr. Abílio Pereira Pinto
Cerca de 30km, 2h30 de percurso
Pode associar-se à caravana na sua passagem pelas freguesias; pontos de encontro na JF Troviscal, JF Mamarrosa, Rotunda do Sobreiro (Bustos), Praça S. Pedro (Palhaça; Paragem intermédia), Largo do Cruzeiro (Oiã)


Acção Médico Social
Avaliações gratuitas de Tensão Arterial, Índice de Massa Corporal, da glicemia capilar (açúcar no sangue)Inquérito sobre hábitos alimentares e prática de exercício físico pela Clibairro


Campanha Anti- Tabagismo
Acção do Centro de Saúde de Oliveira do Bairro, com Dr. Fernando Martins e Enf. Ana


Demonstrações de veículos
Honda apresenta veículo Híbrido InsightLialsan e Wattmove apresentam as bicicletas e scooters eléctricas Corrida de carrinhos de rolamentosVeículos e alternativas à deslocação não poluentes (patins, skate, trotinetes)


Actividades Desportivas e Recreativas
Vamos jogar na Avenida?
Torneios de futebol, basquetebol, voleibol e mini-golf Colaboração de Associações desportivas do concelho


Uma avenida com ritmo
15h00 Aula de Step16h00 Aula aeróbica Uma actividade promovida pelo Ginásio Corpo Louco


Animação de Rua e Insufláveis

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Vila da Palhaça em FESTA

Não foram lançados foguetes, mas hoje é o dia em que a Vila da Palhaça está uma vez mais em Festa.
A Freguesia tinha esta ambição há décadas e hoje viu concretizado mais este seu sonho.

O NOVO PÓLO ESCOLAR ABRIU.

Com a solenidade adequada, Pais, Encarregados de Educação e alunos foram recebidos pelo Executivo Camarário, pelo Corpo Docente e Não Docente deste novo estabelecimento.

Deixo-vos aqui alguns registos desses momentos.



Prevê-se que a Inauguração Oficial seja no próximo dia 05/10/2009 e que até lá seja dada a oportunidade a todos que assim o desejem visitar este espaço que já é a delicia de todos nós.

Este espaço conta com 6 salas de 1º ciclo e 4 salas de Pré-Escolar, estando dotada de outros espaços para as mais variadas valências destancando-se o refeitório, biblioteca e Ginásio.

N. B. Até a mim me apetecia passar lá o dia………….

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Em Portugal até somos inovadores, mas falta o resto..............



Portugal cai duas posições na lista dos países mais competitivos
Portugal está na posição 46 do ranking de competitividade do Fórum Económico Mundial. Desceu dois lugares desde o relatório do ano passado.

O estudo analisa quase 140 países e classifica-os de acordo com factores como a saúde, o ensino, a inovação ou a eficácia do mercado de trabalho e neste último, como nos explica o jornalista Hugo Neutel, Portugal está muito mal classificado. João Duque não fica surpreendido com este resultadoJoão Duque lembra ainda que Portugal tem vindo a descer nos últimos anos

O estudo analisa quase 140 países e classifica-os de acordo com factores como a saúde, o ensino, a inovação ou a eficácia do mercado de trabalho e neste último, como nos explica o jornalista Hugo Neutel, Portugal está muito mal classificado.

A eficiência do mercado de trabalho, um dos 12 factores avaliados pelos especialistas do Fórum Económico Mundial, é o principal calcanhar de Aquiles da economia portuguesa, como explica Esmeralda Dourado, presidente do Fórum de Administradores de Empresas, parceiro em Portugal do Fórum Económico Mundial.


Esmeralda Dourado entende que este resultado fica a dever-se às leis laborais e acredita que para melhorar a eficácia no mercado de trabalho, Portugal tem de avançar para uma reforma da legislação.

Mas nem tudo é mau, no aspecto da inovação e sofisticação de negócios Portugal dá cartas.

A vizinha Espanha caiu 9 posições e está na posição 42, quatro lugares acima de Portugal. No topo deste ranking de competitividade está a Suíça, seguida da Suécia, Singapura, Estados Unidos e Alemanha. A China tem subido de ano para ano, já está no top 30.

Do ano passado para este Portugal caiu duas posições na lista dos países mais competitivos, está no lugar 46, mas no capítulo da eficiência do mercado de trabalho ocupa a posição 117, entre os quase 140 países analisados pelo Fórum Económico Mundial
in: tsf.pt

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Li e Gostei......Os “chumbos” da Dra. Isabel Alçada


Texto escrito por Emidio Guerreiro e publicado na edição de 4 de Agosto de 2010 do Diário de Coimbra


A natureza humana surpreende-nos a toda a hora. Vá-se lá saber porquê, quando o país começava a ir de férias (nem que isso seja ficar em casa), a Senhora Dra. Isabel Alçada, Ministra da Educação de Portugal, anunciou que ia acabar com os “chumbos” nas escolas. Porquê? Porque os referidos “chumbos” não contribuem para o sucesso escolar e também porque Portugal deve seguir o modelo Finlandês! E assim, e quando nada o faria supor, o governo voltou a enviar sinais errados a toda a comunidade. Claro que os sindicatos e os pais (e aqui leia-se CONFAP) logo se manifestaram de acordo. Mais sinais errados…
Os “chumbos” são consequências, isto é, são resultados originados pelo facto de os alunos não terem tido aproveitamento escolar, de não saberem a matéria necessária para transitar de ano. É importante não esquecer isto! Diria mais, é mesmo muito importante perceber isto!
Ora, não se modificam as consequências agindo sobre elas. É preciso intervir sobre as causas. É preciso intervir sobre as estratégias que conduzem aos resultados. É por isso que um Governante não pode dizer que vai acabar com os “chumbos”. Tem de afirmar um caminho diferente para chegar a resultados melhores! Tem de dizer que a nossa taxa de insucesso é muito elevada, tem de saber a razão dessa taxa, tem de definir uma estratégia de intervenção ajustada e concretizá-la, esperando atingir resultados melhores!
Mas nada disto se tem feito. Os programas curriculares estão em revisão desde 2005, mas apenas em gabinetes. As distribuições das cargas horárias pelas diferentes áreas de saberes, criticadas por todos, mantêm-se inalteradas! As regras dos poucos exames que se fazem mudam quase todos os anos, o que impede a comparabilidade dos resultados! A palavra de ordem é: facilite-se que temos de melhorar as estatísticas!
Não é assim que ganhamos a batalha da qualificação nem do sucesso escolar. A vida não é fácil e a Escola deve preparar as crianças e os jovens adequadamente. Valores como o do trabalho, empenho, assiduidade, qualidade e exigência devem ser realidades quotidianas na escola. A bem de todos! A bem do nosso futuro colectivo!
Esta deveria ser a grande preocupação do Governo. E não é…, infelizmente não é…
Mas e o que fazer aos jovens com mais dificuldades de aprendizagem? Apostar forte em medidas de apoio, estratégias de recuperação e de integração. Mas, e pergunta o leitor, não foi isso que a Ministra disse? E eu respondo, disse, mas não o faz! A redução dos apoios para as necessidades educativas especiais, a aplicação cega da famigerada tabela CIF, retiraram os apoios a crianças com certo tipo de necessidades, como sejam as dislexias, perturbando e piorando o seu desempenho escolar!
E foi este o Governo (tal como o anterior) que, com o apoio do CDS/PP, “chumbou” a criação de equipas multidisciplinares nas escolas para apoiar os alunos e os seus pais. Ou seja, esta Ministra, com aquele sorriso simpático, diz umas coisas mas faz o seu contrário…
Termino com uma curta referência à “parolice” da referência ao modelo Finlandês. Na Finlândia os “chumbos” são quase inexistentes, não porque um Governo assim o decretou, mas porque gerações de governos trabalharam no mesmo sentido, onde os programas são claros, onde se apreende que não se pode faltar, que é preciso estudar para apreender e que nada se obtém sem trabalho!
Ah, e as escolas Finlandesas não têm mais de 500 alunos nem as turmas mais de 20 alunos. Enfim, pequenos detalhes para uma Ministra que optou por investir milhões em aumentar a capacidade das escolas secundárias para 1500 a 2000 alunos e fechou as pequenas escolas pelo interior do país…
Pequenos detalhes para o Governo, pois o que interessava mesmo era animar a “Silly Season” com o fim dos “chumbos” …

sexta-feira, 30 de julho de 2010

terça-feira, 27 de julho de 2010

Incêndios Florestais no Distrito de Aveiro


Cerca de 300 Bombeiros combatem os Incêndios Florestais em Aveiro, apoiados por 74 viaturas e 2 meios aéreos



quinta-feira, 22 de julho de 2010

Publicação da Proposta Final do Plano de Pormenor para a Área Envolvente (Sul) à Zona Industrial de Vila Verde



Poderá verificar aqui a publicação em Diário da República da Proposta Final do Plano de Pormenor para a Área Envolvente (Sul) à Zona Industrial de Vila Verde

sexta-feira, 9 de julho de 2010

I WORKSHOP - Território, SIG e Defesa da Floresta

Integrado nas acções a desenvolver no âmbito da FIACOBA
Câmara Municipal de Oliveira do Bairro

A Câmara Municipal de Oliveira do Bairro vai organizar workshop no próximo dia 17 de Julho intitulado de “Território, SIG e Defesa da Floresta”, no âmbito da Feira Industrial, Agrícola e Comercial da Bairrada – FIACOBA, direccionado para os munícipes em geral, técnicos, gabinetes projectistas, empresas, associações, entre outros.
Pretende-se com esta iniciativa promover e divulgar o conhecimento de matérias que têm influência no quotidiano de cada um, nomeadamente no que concerne às normas urbanísticas, ordenamento do território, plataformas de informação geográfica, defesa da floresta contra incêndios, bem como a perspectiva desta problemática na óptica das entidades competentes.

Mais informações aqui

quinta-feira, 1 de julho de 2010

GENE PSD - Revisão do Programa do PSD



O PSD lançou segunda-feira, 28 de Junho, o processo de revisão do Programa do Partido. Esta iniciativa contou com a presença do Dr. Pedro Passos Coelho, do militante n.º 1, Dr. Francisco Pinto Balsemão, e do responsável pela revisão do Programa, Dr. José Pedro Aguiar-Branco, entre outros.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Intervenção na Assembleia Municipal de 25/06/2010


Nesta Assembleia, tive a oportunidade de apresentar a minha opinião pessoal, relativamente à interacção que deverá existir entre a Assembleia Municipal e os Oliveirenses. Nesta minha intervenção dou especial enfoque aos Jovens e à Iniciativa Fórum 2010 de Bustos (Comemoração do Centenário da República Portuguesa)

Sr. Presidente da Assembleia Municipal
Srs Secretários
Executivo Camarário
Caros Colegas de Assembleia
Técnicos Camarários
Público
Comunicação Social
A todos muito Boa noite


Sr. Presidente.
Gostaria nesta Assembleia de lhe prestar a minha homenagem, pela forma dinâmica e empreendedora como Vª Exa. dirigiu e programou as últimas Comemorações do 25 de Abril de 74.
Ao longo de vários anos tudo se mantinha inalterado, Vª Exa. teve a lucidez e capacidade de alterar essa sessão solene.
Esta Sessão teve algumas curiosidades que ouso de novo partilhar aqui convosco.
As interpretações que superiormente a Banda da Mamarrosa executou. A falha no som ao ouvir reprodução do comunicado do MFA, fez-me puxar pela memória e recordar tudo o que tinha aprendido na escola e em documentos históricos.
Até as intervenções de cada uma das bancadas que pareciam previamente combinadas. Acabei por me aperceber que não o foram.
Sra. Prof.ª Rosalina deixe-me que lhe agradeça por mais esta lição de vida com que nos granjeou. As suas palavras fizeram-me prender a um passado que não vivi, levando muitos dos que estavam aqui presentes às lágrimas. Sim é verdade a forma como partilhou a sua juventude de então, emocionou alguns dos presentes.
O Deputado André Chambel dissertou sobre o papel preponderante que as Forças Armadas tiveram na conquista da democracia, transportando-nos até aos dias de hoje e demonstrando que esta Instituição continua a ser e passo a citar “um pilar essencial da reserva moral da nação” fim de citação
Pela Voz do Deputado Nuno Barata, a Bancada do PSD, falou do impacto que a democracia teve e está a ter em todos aqueles que ficaram apelidados como a Geração dos Filhos de Abril, alertando-nos que um dos legados do 25 de Abril é e passo a citar “a responsabilidade de sermos nós a decidir… a certeza de que somos nós, para o bem e para o mal os culpados…pelo presente e pelo futuro.” Fim de citação

Sr. Presidente da Assembleia

Deixe-me que na sua pessoa, lhe agradeça por estas três intervenções que para mim significaram muito e me ajudaram a crescer ainda mais o sentido de responsabilidade que cai sobre mim quando assumi estas funções.


Sr. Presidente
Permita-me ainda que lhe apresente um projecto que defendo para este órgão há algum tempo.
A Cultura Política em Portugal, está hoje diferente daquilo que se viu nos anos seguintes a 74/75.
Esta constatação foi parte integrante da intervenção numa das últimas comemorações do 25 de Abril por Sua Exa. o Presidente da República Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva.
O papel preponderante da Juventude na sociedade foi o foco essencial da sua mensagem e passo a citar “A política, nos nossos dias, é inconcebível sem o contributo das novas gerações.” e disse mais no final da sua intervenção “Daqueles que nasceram e cresceram em democracia, só podemos esperar o melhor. Agora, tudo depende de vós e do vosso inconformismo. Em nome de Portugal, não se resignem!” fim de citação.

Senhor Presidente
Executivo Municipal
Senhoras e Senhores Deputados,

É por tudo isto que aqui estou hoje, e não posso deixar de aproveitar esta oportunidade para lançar um desafio.

• Aproximemo-nos das populações
• Saibamos trazer de novo os Oliveirenses à participação dos desígnios da nossa comunidade.
• Promova-se um Parlamento Jovem em parceria com as escolas concelhias, onde os jovens possam debater os problemas da sua geração e quem sabe se não obterão resultados, que nenhum de nós até hoje conseguiu obter.
• Com a colaboração do IEC aproveite-se a oportunidade da promoção da cidadania e dos valores que lhe deverão estar associados
• À semelhança do que já foi feito nas reuniões de Câmara, leve-se junto das nossas Freguesias o órgão que é mais representativo deste concelho.

Com este tipo de actividades julgo que esta Assembleia Municipal poderá ir ao encontro daquelas que são as ambições dos Oliveirenses.
No ano em que se comemora o Centenário da República Portuguesa, a sociedade civil Oliveirense já deu o seu primeiro passo, falo do Fórum 2010 em Bustos, onde se evocará o 5 de Outubro de 1910, constituindo um tributo aos republicanos de Bustos e do Concelho de Oliveira do Bairro.

Estará esta casa disponível para se associar a este género de iniciativas?

Saiba Vª Exa. Sr. Presidente, que poderá contar comigo.

Disse,

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Assembleia Municipal - 25-06-10

Amanhã temos Assembleia Municipal, onde o tema principal será a Delegação de competências para as Juntas de Freguesia do Município.

ORDEM DE TRABALHOS


Tomada de Posse - Conselho Municipal de Segurança;

1- INÍCIO DOS TRABALHOS

2- EXPEDIENTE

3- INTERVENÇÃO ABERTA AO PÚBLICO

4- PERÍODO ANTES DA ORDEM DO DIA

5- ORDEM DO DIA

5.1- Apreciação da informação do Sr. Presidente da Câmara acerca da Actividade Municipal;

5.2- Apreciação e deliberação sobre a proposta de Delegação de Competências da Câmara Municipal nas Juntas de Freguesia;

5.3- Designação de um representante do Municipio para Integrar o Conselho da Comunidade do ACES Baixo Vouga I (Agrupamentos de Centros de Saúde do Serviço Nacional de Saúde) nos termos da alinea b) do nº 1 do artº 31º do Decreto-Lei nº 28/2008 de 22 de Fevereiro, na actual redacção.


Local: Salão Nobre da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro
Hora: 19h30

Vá lá apareça

quarta-feira, 16 de junho de 2010

FIACOBA 2010


Ora aí está o programa da Fiacoba 2010.
Um projecto arrojado que certamente atrairá muitos visitantes.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

ATENÇÃO IPSS'S - Prémio Manuel António da Mota





No Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social, a TSF e a Mota-Engil lançam o prémio Manuel António da Mota para distinguir a Instituição Particular de Solidariedade Social que mais se destaca no exercício da sua actividade.

Brevemente poderá inscrever a sua IPSS e saber mais informações sobre este Prémio em

TSF

Mota-Engil

Boa Sorte a todos.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Festa da Criança - 5 e 6 de Junho No Espaço Inovação



Passada que está a comemoração do dia da criança a Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, como tem vindo a ser hábito, proporciona um fim-de-semana de pura diversão a todas as crianças que queiram passar por este espaço.
Certamente que será uma oportunidade a não deixar passar.

Mais informações em http://www.cm-olb.pt

terça-feira, 25 de maio de 2010

Rancho Foclórico da Palhaça Grava DVD
















No Sábado passado deparei-me com alta produção naquilo que julgo ser um registo das danças e cantares do Rancho Folclórico S. Pedro da Palhaça.
Um desses registos foi feito junto à Igreja Matriz da Paróquia da Palhaça.
Se não estiver enganado este DVD irá fazer as delicias dos emigrantes e não só. A ver vamos.
Entretanto, não posso deixar de dar os parabéns à Direcção do rancho por mais esta Boa iniciativa.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Serviços Online chegam a http://www.cm-olb.pt



Se calhar já chegaram há muito tempo. Eu pessoalmente só dei conta disso hoje e por isso partilho aqui mais esta informação.

"Nesta secção é disponibilizado atendimento autárquico on-line.

Poderá consultar informação de carácter público como procedimentos gerais, descarregar formulários ou consultar as tarifas de água praticadas pela autarquia.

A autenticação nos serviços permite-lhe ainda aceder a um conjunto de operações tais como a consulta de informação relativa a processos pessoais ou submeter formulários aos serviços por via electrónica."
in: http://www.cm-olb.pt/wsautarquiav23/login.aspx?ReturnUrl=%2fwsautarquiav23%2fdefault.aspx

terça-feira, 18 de maio de 2010

Acção de Sensibilização: Defesa da Floresta contra Incêndios



A Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, à semelhança de anos anteriores irá promover acções de sensibilização junto das freguesias, relativamente aos procedimentos de defesa da floresta contra os incêndios.
As iniciativas terão lugar nos próximos dias:

25 DE MAIO . 21h . Junta de Freguesia de Oliveira do Bairro
26 DE MAIO . 21h . Junta de Freguesia de Bustos
27 DE MAIO . 21h . Junta de Freguesia da Palhaça
28 DE MAIO . 21h . Junta de Freguesia de Oiã

OS TEMAS ABORDADOS SERÃO OS SEGUINTES:
A não gestão de combustíveis numa faixa de 50m em redor da edificação;
A não gestão de copas das árvores a uma distância inferior a 5 m da edificação;
A realização de queimas de sobrantes das actividades agrícolas ou florestais;
A realização de queimadas;
A realização de fogueiras para confecção de alimentos ou lazer;
A circulação de tractores, máquinas e veículos de transporte pesados que não possuam extintores, sistema de retenção de faúlhas ou faíscas e tapa chamas nos tubos de escape ou chaminés;
Não fumar dentro dos espaços florestais.

PARTICIPE! NÃO FALTE.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Políticos de Palmo e Meio - Bom exemplo em Oliveira de Azemeis

Os 22 alunos do 4º ano de escolaridade de cinco escolas de Oliveira de Azeméis que participaram esta manhã na assembleia municipal «Políticos de Palmo e Meio» vão visitar a Assembleia da República na companhia de Hermínio Loureiro, presidente da autarquia.
Mais info aqui.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Novos Regulamentos do Municipio de OBR em discussão

Regulamento n.º 421/2010
Município de Oliveira do Bairro
Publicação do Projecto de Regulamento da Toponímia e Números de Polícia

Regulamento n.º 422/2010
Município de Oliveira do Bairro
Publicação do Projecto de Alteração ao Regulamento para o Exercício de Diversas Actividades Sujeitas a Licenciamento Municipal

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Li e Gostei...... O plano B de Sócrates


Devo começar por dizer que estou agradavelmente surpreendido com a acção governativa de Passos Coelho. Faz hoje, 5 de Maio de 2010, precisamente uma semana que Passos Coelho é o primeiro-ministro de Portugal, e já se vê obra feita. A antecipação de medidas do PEC e ter posto o ministro das Finanças a reavaliar as grandes obras públicas teve logo o efeito de animar os “mercados”. A Bolsa de Lisboa recuperou para terreno positivo. Depois do índice PSICO-20, a praça lisboeta voltou ao habitual PSI-20. Tudo isto teve origem na já célebre reunião de S. Bento à qual Passos Coelho chegou de urgência, numa ambulância do INEM, com um desfibrilhador nas mãos. Muitos comentadores chamaram a essa reunião entre o Cavaco do PS e o Sócrates do PSD um pré-bloco central. Nada disso! O que aconteceu foi algo de surpreendente e inédito na política mundial: o primeiro-ministro de um governo sombra passa a governar o país, passando o primeiro-ministro em exercício para a sombra. A pose de Estado com que Passos Coelho, através de todas as televisões, se dirigiu aos sindicatos a apelar à paz social só pode ser conseguida por alguém que sabe que já manda nisto. A prova é que o PCP passou a ter como alvo principal, não Sócrates, mas sim o PSD, defendendo o TGV. Não sei se este era o tal plano B que Passos Coelho tinha, mas o que ficou evidente é que Sócrates também tinha um plano para o país, segundo as agências de rating, um plano B–. Depois do “Porreiro, pá!” e do “Manso é a tua tia, pá!”, chegou o terceiro pá de Sócrates: “Já fui, pá!”

por José de Pina, Publicado em 05 de Maio de 2010
in: http://www.ionline.pt/conteudo/58402-o-plano-b-socrates

ANTIGOS ALUNOS DO COLÉGIO (IPSB), REÚNEM-SE NO FACEBOOK



Desde o final da semana passada tenho assistido e participado num grupo criado por Carlos Maia através do facebook de seu nome Antigos Alunos do IPSB.
Com pouco tempo de vida já tem (neste momento) quase 500 aderentes e nele podem todos sem excepção partilhar as suas experiências passadas neste estabelecimento de ensino.
Este grupo, já mereceu honras de divulgação através de um artigo publicado pelo Prof. Telmo Domingues no site oficial do IPSB ver aqui

Eu particularmente tive a oportunidade de rever velhos amigos, de ficar a saber que está previsto um encontro no próximo dia 16 Maio a partir das 13h no HardBar com comes e bebes (informação não Oficial).
Achei brilhante esta forma que o Carlos Maia encontrou para reunir todos aqueles que fazem parte da família do Colégio. Este projecto tem tudo para evoluir.
Mas não se pense que apenas se encontram aqui antigos alunos, também aqueles que foram nossos professores também por lá andam e sempre disponíveis para dois dedos de conversa, nem que não seja através do Chat.
Se é antigo aluno do IPSB faça uma visita e apareça por lá, inscreva-se.
Grupo de Antigos Alunos do IPSB

sexta-feira, 23 de abril de 2010

25 de Abril - Olhares


Neste que vai ser o último post antes das comemorações do 36º aniversário do 25 de Abril de 1974, pedi a 2 amigos meus para partilharem comigo a sua visão sobre o 25 Abril.
Tratam-se de 2 apontamentos de pessoas com idades diferentes dos concelhos de Anadia e Águeda que tem perspectivas de análise deste assunto diferentes, posso até dizer, com toda a certeza, que o seu posicionamento político não é o mesmo, mas no fim as conclusões são as mesmas.
A mim e perante estas partilhas, resta-me dar o meu modesto contributo, criando aqui um espaço onde os olhares de 3 pessoas de concelhos diferentes nas casas dos 50, 40 e 30 anos se dignaram de apresentar os seus olhares sobre o 25 de Abril.






José Manuel Ferreira Nunes Ribeiro
Residente no Município de Anadia
Nascido a 18 de Abril de 1969



O dia 25 de Abril de 1974 trata-se de uma data maior da nossa História, que assinala uma conquista fundamental para a nossa vida colectiva.
Neste sentido, comemorar a Revolução dos Cravos deve ser, na minha óptica, uma oportunidade para reflectir serenamente sobre as nossas instituições democráticas e sobre o nosso país, perspectivando o futuro e reforçando as expectativas em relação àquilo que queremos para nós, para a nossa terra, para a nossa região, para Portugal.
Já o disse várias vezes, mas a cada dia que passa, mais me convenço que Portugal tem um grave problema de qualidade de democracia. Mais do que nunca, é necessário aproximar governantes e governados, descentralizar, revigorar o poder local, dar confiança às instituições, e devolver prestígio à política e aos políticos.
Não podemos ignorar os graves problemas com que o nosso país se defronta. A justiça não funciona, o sistema de saúde degrada-se, a pobreza, o desemprego e a exclusão social crescem, e existem situações de vida dolorosas para um número crescente de Portugueses.
A Revolução semeou grandes esperanças, mas a verdade é que, actualmente, os portugueses estão decepcionados e sentem muitas frustrações.
O 25 de Abril valeu a pena, mas muitos dos ideais e princípios da Revolução ainda estão por cumprir.



Sérgio Manuel Ferreira da Cruz
Residente no Município de Águeda
Nascido a 24 de Maio 1955



No dia 25 de Abril de 1974, com 19 anos, estava a estudar no Porto. Nesse dia só fui à aula das dez, não sei se por horário se por gazeta. Quando cheguei ao Instituto, na Rua de Entreparedes, havia qualquer coisa de diferente no burburinho: Há um golpe de Estado, as rádios só dão música clássica e parece que já houve um comunicado. Os jornais da manhã não traziam nada sobre o assunto.
Há aulas, não há aulas, o professor vem, não vem. Bem, não sei se houve algumas aulas, eu e alguns fomos para a rua tentar perceber alguma coisa do que se passava.
Com cuidado, tentando ser discretos, a falar baixo, quase tateando o empedrado, dava-se atenção a todos os movimentos. Aparentemente estava tudo normal mas percebia-se que andavam todos ao mesmo. Pequenos grupos, os mesmos cuidados e desconfianças. Os que passavam tentavam perceber as conversas, discretamente primeiro mas, depois, lá se iam chegando, atrevendo-se mesmo a algumas perguntas. Era tudo muito incerto. E lá chegou o meio-dia e foi-se almoçar.
À tarde a polícia começou a desaparecer, mais gente nas ruas, lentamente primeiro mas, depois, com a saída dos empregos, as ruas ficaram cheias. Parecia que ninguém queria regressar a casa, os temores da manhã estavam a desaparecer.
Ao anoitecer sai uma edição especial do Jornal de Notícias. A informação era pouca: a capa e as duas primeiras páginas. Lá vinha o primeiro e o segundo comunicados do Movimento das Forças Armadas – este nome havia de perdurar vários anos e gerar tantos ódios e paixões.
Pouco mais trazia, o resto era a edição da manhã. Penso que nem sequer uma foto relativa aos acontecimentos. Mas o simples facto de ter saído uma edição especial de um jornal, só para “confirmar” que havia um golpe de estado em marcha, era qualquer coisa de inusitado, estranho.
Eu nunca tinha visto uma edição especial de um jornal (e não me lembro de ter voltado a ver)!
E as pessoas sentiram-no, ganharam confiança, perderam os temores. Os passos e as palavras ganharam firmeza. Era cada vez mais e mais gente nas ruas, de um lado para o outro. Queriam “assistir”!
A polícia desapareceu, não sem antes alguns serem atacados e despojados de alguns “adereços”, que se viam aqui e ali, agitados como troféus – casacos, cacetetes, bonés. Dizia-se que também algumas armas. Mas isso eu não vi.
O temor, como que por magia, transformara-se em alegria. E euforia. Não me lembro de ter jantado, como a maioria. A fome era coisa secundária, esquecida, outras “necessidades” tinham-na ofuscado.
Pela meia-noite chegaram os primeiros soldados aos Aliados, vinham de Lamego. E aí veio o júbilo.
Lá pelas três da manhã – coisa rara, ao tempo – abandonámos a “festa” e regressámos a casa.
Pelo caminho, apesar daquele aperto no peito e do maxilar que teimava em tremer, talvez pelo frio da noite, sentíamo-nos mais fortes, confiantes. Mas era uma sensação estranha, como se não coubéssemos no nosso corpo! Tantas incertezas!
Mas já havia uma certeza: o “nosso mundo” nunca mais seria o mesmo.
E não foi fácil adormecer, naquela noite, os ruídos na rua eram diferentes!







Luís Sérgio da Silva Pelicano
Residente no Município de Oliveira do Bairro
Nascido a 20 de Junho de 1975


Para mim o 25 Abril, são imagens, são filmes, são comemorações.
Nasci em 75 e daí não conhecer na pele outro regime senão a Democracia.
Do anterior, só conheço os relatos de opressão, de pobreza, repressão e MEDO.
Nasci no Verão quente de 1975, altura do PREC.
São tudo relatos e histórias que vou conhecendo sobre o 25 de Abril.
Hoje vejo, que muita gente se queixa como estamos, como vivemos, como somos educados.
Não quero de forma alguma que pensem que me resignei a esta situação de estagnação, mas daí a ouvir como às vezes ouço “O Salazar faz cá tanta falta”. Isso não.
Uma das memórias que me foi contada pelo meu pai e que para mim espelha as dificuldades desses tempos, vou hoje partilha-la convosco.
O meu pai com os seus 6/7 anos, foi a casa de um Srs. ricos com o meu Bisavô. Viviam-se momentos difíceis e nessa casa comiam-se nesse momento uns bolos.
O meu Pai olhava para eles com um ar guloso de quem se calhar, digo eu, nunca havia comido tal coisa. A Dona de casa ao se aperceber deste cenário perguntou-lhe:
“Queres bolinhos Luizinho? Ao que ele prontamente sem hesitar respondeu, “Não Sra.” abanando a cabeça de braço estendido e mão aberta.
Ele querer queria, mas a educação era para não pedir nada.
Hoje os meus filhos, por vezes, nem dizem bom dia ou boa tarde aos avós, as primeiras palavras são “Quero uma bolacha?”
Antes do 25 Abril também era assim, muita gente queria de mão estendida mas abanado a cabeça a liberdade, hoje a liberdade não é saboreada é simplesmente liberdade.
Compreendo quando se diz que a qualidade da democracia é insatisfatória.
Mas não será que tudo isto acontece porque os Políticos, as Instituições, os Organismos e todos nós, nos esquecemos de saborear a Liberdade?

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A DESCOLONIZAÇÃO PORTUGUESA: visão de Pedro Pezarat Correia


Na publicação Portugal 20 anos de democracia , do Círculo de Leitores, e sob a coordenação de António Reis, Pedro Pezarat Correia (Oficial general do Exército na situação de reserva) apresenta um artigo de referência sobre a descolonização (sobretudo em África). Esse artigo faz-se acompanhar por uma importante cronologia que divulgaremos posteriormente.
Do artigo em questão consideramos em post a sua introdução e conclusão.
A síntese sobre o seu conteúdo é a seguinte:

"O processo de descolonização das colónias portuguesas desenvolveu-se ao longo de cinco fases sequênciais e interdependentes: tomada de consciência; luta de libertação; transferência do Poder; independência; consolidação da identidade nacional. Portugal enquanto potência colonial, só participou como parte da descolonização na fase de transferência do Poder. Nas duas anteriores, contrariou-as, nas duas últimas assume-se como cooperante. O quadro geral da actuação portuguesa na fase da transferência do Poder: condicionamentos; objectivos; estratégia. A violência como factor determinante em todas as fases: repressão, na tomada de consciência; guerra colonial, na da luta de libertação; guerras civis e intervenções estrangeiras, nas da transferência do Poder e independência. Obstáculos à consolidação da identidade nacional. O caso especial das colónias do Extremo Oriente, que não passaram por este faseamento".(p. 40. Sublinhado nosso).

Referência bibliográfica:

CORREIA, Pedro Pezarat- "A descolonização". In: REIS, António (coord.)- Portugal 20 anos de democracia. Lisboa: Círculo de Leitores, 1994, p. 40-73.

O CICLO DESCOLONIZADOR

Portugal acordou tarde para o fenómeno da descolonização. E acordou sobressaltado.
A ditadura salazarista então vigente, impondo aos Portugueses o silêncio e o alheamento sobre o que se passava no mundo e fosse desfavorável á lógica do regime, impediu-os de se aperceberem e prepararem para uma etapa que, inelutavelmente, teriam de percorrer.
Foi só com o início da guerra em Angola, em 1961, que os Portugueses, na sua generalidade, despertaram para o problema, mas sem que logo tivessem alcançado a sua verdadeira dimensão política. Sete anos antes, o problema dos satyagrahas em Goa, Damião e Diu e a anexação pela República da Índia dos enclaves de Dadrá e Nagar Aveli, envolvidos numa encenação emocional conduzida pela propaganda do regime, não chegaram para alertar os Portugueses para o que estava então já em marcha: o processo de descolonização.
A descolonização do império português é o capítulo derradeiro e tardio- e disto sofreria as consequências- do fenómeno global de dissolução dos impérios coloniais europeus, que se seguiu à II Guerra Mundial de 1939-1945 e que configura o ciclo descolonizador do século XX.
Os seus antecedentes situam-se nos anos 20, quando estudantes das colónias fundam em Lisboa a Liga Africana e, na tentativa de organizarem a luta anticolonial, entram em contacto com o movimento pan-africanista que W. du Bois fundara nas Caraibas. Mas só depois de 1945, com o sopro de liberdade que a vitória aliada fez chegar a todo o mundo, a luta pela libertação colonial se impôs com toda a dinâmica. Em 26 de Junho de 1945 fora aprovada a Carta das Nações Unidas (ONU), cujo artigo 73º obrigava as potências coloniais a desenvolver nas colónias "sistemas de autogoverno de acordo com as aspirações políticas das populações. Em Outubro seguinte reunia em Manchester, Grã-Bretanha, o V Congresso Pan-Africano, que lançou um apelo e difundiu directivas a todos os povos de África para a luta pela independência. Em Abril de 1955, em Bandung, forma-se o Movimento dos Não Alinhados, que iria ter papel de relevo na coordenação das lutas de libertação. França, Grã-Bretanha, Espanha, Bélgica, com mais ou menos contradições, e de forma nem sempre pacífica, vão reconhecendo o direito à independência das suas colónias e novos países soberanos vão reforçar o Movimento dos Não Alinhados. Em 1963 é criada, em Adis Abeba, a Organização da Unidade Africana (OUA). (...)
Uma análise sistemática demonstra que os processos de descolonização se encadeiam em cinco fases sequenciais, cada uma com as suas especificidades, conforme o território, o povo colonizado e a opção da metrópole colonial.
A primeira é a fase da tomada de consciência. Por norma, é uma elite politizada que assume a iniciativa e se organiza, visando o direito à independência, ideia que depois procura alargar à generalidade do seu povo.
Depois é a fase da luta de libertação. Exclusivamente política ou também armada, conforme o tipo de resposta da potência colonial às reivindicações independentistas.
Segue-se a fase da transferência do Poder. Se a fase anterior atingiu o grau de luta armada, esta comportará negociações de cessar-fogo, o que constitui uma derrota política, ainda que não militar, para a potência colonial.
A seguir é a fase da independência, correspondente à substituição do aparelho colonial pelas estruturas do novo Estado, por vezes marcada por uma luta interna pelo Poder.
Finalmente, a fase da consolidação da identidade nacional. Frequentemente, o novo Estado não corresponde a uma nação e, quando o seu nascimento envolve lutas internas pelo Poder, é difícil a emergência de factores de coesão. (...)
Só que nenhuma das fases é um compartimento estanque, indiferente à forma como se processou a anterior. Pelo contrário, é profundamente condicionada por ela e vai influenciar decisivamente a que se segue. A natureza assumida por cada uma das fases tem uma lógica que radica na anterior. (...)


CONCLUSÃO

O ciclo descolonizador

Tendo como pano de fundo a recusa do regime colonial ao direito à independência, que retardou duas a três décadas a fase de transferência do Poder e gerou o factor "violência", a descolonização das colónias portuguesas processou-se num quadro definido pelos seguintes condicionamentos:

- Fase da tomada de consciência sujeita a repressão policial, conduzida num clima de clandestinidade,

- Radicalização da fase da luta de libertação, que evoluiu para o patamar da luta armada sob a forma de guerra colonial, em très frentes, durante 13 anos;

- Isolamento de Portugal;

- Frágil posição negocial de Portugal na fase de transferência do Poder, consequência de uma rotura política revolucionária e da instabilidade que se seguiu;

- Crise económica resultante do esforço de guerra e do choque petrolífero de 1973;

- Alheamento das forças políticas e da população portuguesa em geral para com a descolonização;

- Aparelho militar debilitado pelos anos de guerra, que as contradições no seio do MFA acentuaram;

- Envolvimento de países africanos vizinhos, com intenções desestabilizadoras e expansionistas, e das suoerpotências, com o objectivo de reforçarem posições geopolíticas.

Fase da tomada de consciência

Apesar de condições tão desfavoráveis como as que este quadro denuncia, Portugal teve, após o 25 de Abril, uma política de descolonização, que acusou a ausência de um planeamento prévio, que o regime colonial inviabilizou. Mas desenvolveu uma estratégia para a tranasferência do Poder, casuística, mas coerente e fiel a princípios fundamentais, que constituiram os grandes objectivos:

- Respeito pelas resoluções da ONU exigindo o reconhecimento do direito à autodeterminação e independência;

- Recusa do puro abandono ou de modelos neocoloniais;

- Preocupação com a defesa dos interesses nacionais.

Fase de luta de libertação

Essa estratégia materializou-se pelo progressivo cumprimento das seguintes tarefas:

- Definição do enquadramento legal e constitucional;

- Negociações de cessar-fogo nas colónias em guerra;

- Legitimação dos interlocutores para as negociações;

- Negociações das transferências do Poder e das modalidades dos períodos de transição;

- Preparação de relações frutuosas de cooperação para o futuro pós-independências.

Fase da transferência do Poder

Esta a estratégia global. Com base nela definiram-se estratégias particulares, de acordo com as especificidades de cada uma das colónias. Ainda que se verificassem pontos comuns, não havia dois territórios em que coincidissem todas as condicionantes, o que permite afirmar que cada colónia era um caso distinto: na Guiné, em Moçambique e em Angola foi necessário negociar o cassar-fogo, em Angola e Timor teve de se contar com vários interlocutores, que viriam a envolver-se em guerras civis; Guiné e Cabo Verde tiveram um negociador comum; Guiné e Moçambique, com um só interlocutor legitimado por via revolucionária, justificaram a directa transferência do Poder; Moçambique e Angola enfrentaram manobras golpistas de minorias brancas; São Tomé, Cabo Verde, Angola e Timor subscreveram o sufrágio eleitoral para uma assembleia constituinte precedendo a independência; Angola e Timor sofreram intervenções estrangeiras armadas.

Fase da independência

Apesar dos condicionalismos, Portugal respeitou os princípios fundamentais e, atento àquelas especificidades, executou as estratégias definidas. Os únicos casos em que os programas foram violentamente interrompidos, impedindo o cumprimento dos seus objectivos, foram aqueles onde se verificaram intervenções estrangeiras armadas- Angola e Timor. A intervenção estrangeira em Moçambique, com os dramáticos resultados que se conhecem, foi posterior à independência, mas não deixou de afectar a imagem da descolonização. As abusivas interferências externas foram, sem dúvida, o grande factor perturbador, responsável pelos desfechos mais negativos da fase de transferência do Poder da descolonização Portuguesa.
(...)
in: http://historiaeciencia.weblog.com.pt/arquivo/018054.html

quarta-feira, 21 de abril de 2010

25 de Abril - A alma e a gente


Sou supreendido no Sábado passado com a emissão de um programa com o título A alma e a Gente do Prof. José Hermano Saraiva.
Não obstante os tiques que revelam o seu compromisso com o anterior regime, através deste autor e concretamente deste programa (aprox.25 minutos), podemos todos ficar a saber um pouco mais sobre o 25 de Abril de 1974.
O programa pode ser visto aqui

terça-feira, 20 de abril de 2010

O meu 25 de Abril




Por Francisco Silva

"Dia 25/4/74, eram 8h.05. Era a habitual hora de me levantar, quando oiço chegar o meu pai aflito, vindo da padaria com o pão, dizendo: - Há uma revolução, o Chico não pode ir à escola, a Baixa está cheia de tropas! - Aquilo “de não poder ir à escola” interessou-me logo, eu nem estava a acreditar, pois ao fim de 4 anos de primária, pela 1ª vez não ia à escola! Era formidável!!! Nesse dia estava eu e os meus colegas livres de levar porrada da grossa (tortura e terror) imposta diariamente pelo nosso professor da primária: Alexandre Mendonça Martins na escola Nº 24 do Bairro de São Miguel com a sua “varinha mágica” como ele lhe chamava, às vergastas que ele próprio arrancava dos arbustos do jardim da escola, com que nos enchia de nódoas negras, até as ouvíamos assobiar no ar!!! Encolhíamos nos todos de ver bater no desgraçado, pois sabíamos que dentro de minutos o desgraçado era cada um de nós! Já para não falar da situação de vexame a que nos submetia aquando duma redacção, desenho… Escolhendo a redacção mais fraca, pondo-a em ridículo, lendo-a alto em voz de gozo para todos se rirem dando ênfase às situações caricatas e lendo os erros tal como o aluno escrevera, no final o aluno como prémio era chamado à frente para saborear a “varinha mágica”. Com os desenhos e tudo o resto era a mesma coisa, exibia gozando. Portanto não convinha nada ter a pior redacção, o ditado com mais erros, o pior desenho, a pior aritmética porque já se sabia que ia ter como prémio a famosa “varinha mágica”, que fazia milagres como ele dizia! Enfim métodos de ensino! Cá para mim ele deve ter sido educado num seminário para padres (lá bem no interior) ou coisa do género! A PIDE é que nunca o descobriu! Dava um óptimo pide!!! Naquela época os festivais da canção eram muito importantes e todos os anos a rapaziada cantava a canção vencedora ou a mais "orelhuda" e nesse ano a canção "festivaleira" tinha ficado em 2º lugar "No Dia Em Que 0 Rei Fez Anos" enquanto a vencedora fora "E Depois Do Adeus". E fora também a 1ª senha para dar inicio às operações militares. E após o 25 de Abril a canção que toda a gente cantava era "Somos Livres". Portanto o não ter ido à escola nesse dia foi a melhor prenda! Fui para a rua e o que eu ouvia na rua e na escada do prédio era: Que queriam fazer mal ao Marcelo Caetano e também ao Américo de Tomás e eu pensei de imediato «Isto são uns patifes»! Fazerem mal ao Marcelo Caetano e ao Américo de Tomás que são pessoas tão boas! Fiquei com medo dos revolucionários e das tropas. Ao que depois me disseram que não! Os revolucionários é que eram bons e os do governo é que eram maus! Fiquei confuso, sem perceber! Eu tinha em tão boa conta o Presidente Américo Tomás que alem de ter o seu nome no actual Estádio do Restelo, estava lá na fotografia por cima do quadro da sala de aula ao lado da também fotografia do Salazar, apesar do presidente do conselho já ser à bastantes anos Marcelo Caetano. Como digo tinha em boa conta “esta gente” como é que agora eles eram maus! E foi então que na rua havia quem explicasse à vizinhança que eles eram fascistas e ditadores, “palavrões” que eu nunca ouvira antes! E as explicações continuavam: - Eles têm muita gente presa que nunca cometeram crimes, apenas mostraram ter outra opinião e só por isso foram presos. Estão lá no «poleiro» mas foram eles que se meteram lá e de lá não saiem, ninguém votou neles para estarem lá! E eu ouvindo isto pensei: Nunca me ocorreu saber como é que “eles” estão no governo, pois se não é por tomada de posse hereditária, como é que são eles e não outros no governo? Eu que estava com medo das forças armadas, fiquei a saber pelas pessoas que afinal eles vieram libertar o país duma ditadura “Oligárquica”. E o que eu sentia nesse momento era o que uma vizinha dizia: - “Eles” enganaram-me bem, eu que pensava que eles eram amigos do povo e afinal… Eu não sabia que existia PIDE/DGS, que havia censura, presos políticos, que deveria haver eleições, que chegou a haver eleições que foram só para alguns “farsas”. Mas nesse mesmo dia apareciam pessoas com opinião contrária, que diziam: «O Zé Povinho anda contente mas não sabe o que o espera!» «Isto ainda vai haver uma guerra civil» «Quem trabalha e não se mete em confusões a pide não prendia» «O Salazar foi amigo do país porque deixou grandes reservas de ouro e livrou-nos da 2ª Guerra Mundial». Ao que a maioria das pessoas respondiam (as mais velhas): Que o Salazar fê-las passar fome… Nesse dia não ouvi falar em partidos politicos mas ouvi muitas palavras novas: Fascismo; Ditadura; Democracia; Latifúndio; Monopólio; Eleições; Revindicações… Um dia diferente num país onde nada acontecia. O maior acontecimento nacional dos últimos 5 anos nas conversas de café tinha sido o aumento da “bandeirada dos táxis” de 1$50 para 2$00, numa época em que os preços eram «eternos» mas que a crise petrolífera internacional de 1973 (com os racionamentos) estava a complicar. Durante a semana a seguir ao dia da “Revolução Dos Cravos”, foi a semana nacional mais colorida de sempre, as pessoas estavam eufóricas e felizes, eram todas amigas umas das outras e até pessoas que já não se viam à muitos anos, faziam visitas umas às outras! Culminou com a grande festa do 1º de Maio na FNAT, actual INATEL (perto de onde moro). Nunca vi nem houve tanta gente junta nas ruas de Lisboa como nesse dia. E éramos todos AMIGOS! Nesta época a taxa de analfabetismo em pessoas acima dos 45 anos era superior a 50% e aumentava muito no anterior principalmente nas pessoas do sexo feminino. A maioria das pessoas ainda não possuía televisão (eu só tinha à 2 anos), nem sequer electricidade ou água canalizada nas suas localidades. E foi neste “Portugal profundo” que passadas 3 semanas encontrei mais o meu pai, pessoas que em conversa com elas desconheciam a existência da revolução que mudara de regime, estávamos admirados ao que o meu avô aproximou-se e ao aperceber-se da conversa disse: - Eles não sabem disso aqui! – Não têm telefonia! – O 25 de Abril não chegou cá a eles!!!"

in: http://abril25.paginas.sapo.pt/meu25.htm

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Quem foi Salgueiro Maia?



Figura incontornável e indissociável do 25 de Abril de 1974, Salgueiro Maia, como se tornou conhecido, foi um dos distintos capitães do Exército Português que liderou as forças revolucionárias durante a Revolução dos Cravos. Filho de Francisco da Luz Maia, ferroviário, e de Francisca Silvéria Salgueiro, frequentou a escola primária em São Torcato, Coruche, mudando-se mais tarde para Tomar, vindo a concluir o ensino secundário no Liceu Nacional de Leiria. Licenciou-se em Ciências Sociais e Políticas e em Ciências Etnológicas e Antropológicas.

Em Outubro de 1964, ingressa na Academia Militar, em Lisboa e, dois anos depois, apresenta-se na Escola Prática de Cavalaria (EPC), em Santarém, para frequentar o tirocínio. Em 1968 é integrado na 9ª Companhia de Comandos, e parte para o Norte de Moçambique, em plena Guerra Colonial, cuja participação lhe valeu a promoção a Capitão, já em 1970. A Julho do ano seguinte, embarca para a Guiné, só regressando a Portugal em 1973, onde seria colocado na EPC.

Por esta altura iniciam-se as reuniões clandestinas do Movimento das Forças Armadas e, Salgueiro Maia, como Delegado de Cavalaria, integra a Comissão Coordenadora do Movimento. Depois do 16 de Março de 1974 e do «Levantamento das Caldas», foi Salgueiro Maia, a 25 de Abril desse ano, quem comandou a coluna de carros de combate que, vinda de Santarém, montou cerco aos ministérios do Terreiro do Paço forçando, já no final da tarde, a rendição de Marcello Caetano, no Quartel do Carmo, que entregou a pasta do governo a António de Spínola. Salgueiro Maia escoltou Marcello Caetano ao avião que o transportaria para o exílio no Brasil.

A 25 de Novembro de 1975 sai da EPC, comandando um grupo de carros às ordens do Presidente da República. Será transferido para os Açores, só voltando a Santarém em 1979, onde ficou a comandar o Presídio Militar de Santa Margarida. Em 1984 regressa à EPC.

Em 1983 recebe a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, em 1992, a título póstumo, o grau de Grande Oficial da Ordem da Torre e Espada e em 2007 a Medalha de Ouro de Santarém.

Em 1989 foi-lhe diagnosticada uma doença cancerosa que, apesar das intervenções cirúrgicas no ano seguinte e em 1991, o vitimaria a 4 de Abril de 1992.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Cronologia do 25 de Abril


Partilho esta informação disponível no site do Instituto Camões sendo que, a que hoje publico refere-se apenas aos dias 23 24 e 25 de Abril de 1974.
Podem neste site encontrar mais informações entre as datas 01 de Janeiro de 1973 e 01de Maio de 1975.

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DIA 23
00h15 - Otelo Saraiva de Carvalho e Costa Martins, protegidos pelo major FA Costa Neves, avistam-se, no Apolo 70, com João Paulo Diniz. Este esclarece que apenas colabora no programa matutino Carrocel do R.C.P., razão pela qual não poderá emitir a senha pretendida. Obtêm, contudo, a garantia de transmissão do seguinte sinal, entretanto combinado, "Faltam cinco minutos para a meia-noite. Vai cantar Paulo de Carvalho «E depois do adeus»", através dos Emissores Associados de Lisboa (E.A.L), que apenas dispõem de um raio de alcance de cerca de 100 a 150 quilómetros de Lisboa. A limitada potência do emissor torna, assim, necessária a emissão de um segundo sinal, através de uma estação que alcance todo o País.
- Deslocam-se, seguidamente, para junto da Penitenciária de Lisboa, onde aguardam que o ex-locutor do Programa das Forças Armadas em Bissau obtenha informação no Rádio Clube Português sobre a constituição da equipa que entrará de serviço na madrugada de 25. Este apura que o serviço de noticiário estará a cargo de Joaquim Furtado mas, conhecendo-o mal, não arrisca estabelecer contacto.
Manhã - Otelo carrega, no porta-bagagem do seu automóvel, estacionado na Academia Militar, os aparelhos rádio Racal, obtidos por Garcia dos Santos, que se destinam às unidades que não dispõem de material de transmissões, designadamente o Centro de Instrução Anti-Aérea e de Costa (CIAAC) e o Regimento de Cavalaria 3 (RC 3).
Final da manhã - Álvaro Guerra, contactado por Almada Contreiras em nome do Movimento para conseguir a emissão de um sinal radiofónico de âmbito nacional que sirva de código para o desencadeamento das operações, solicita a Carlos Albino, seu colega no República e um dos responsáveis pelo Limite - um programa independente que aluga tempo de antena à Rádio Renascença - a transmissão, no início da madrugada de 25 de Abril, da canção Venham mais cinco, de José Afonso. Carlos Albino pede a Álvaro Guerra para devolver a resposta de que tal canção estava proibida pela censura interna da Renascença. Sugere alternativas, entre as quais Grândola, Vila Morena.
15h00 - Otelo entrega ao major Neves Rosa os documentos finais para policopiar (anexo de transmissões, alterações de missão, indicação do grupo data-hora (GDH) de execução, modo de confirmação da Hora H e a senha e contra-senha a utilizar nos contactos com tropas). Esta missão é efectuada num período inferior a três horas, numa firma de artigos electrónicos na Rua Luciano Cordeiro, 78, pertencente ao referido oficial que coordena o sector da ligação operacional, coadjuvado pelo capitão Sousa e Castro.
Tarde - Encontro de Otelo com o tenente-coronel de cavalaria Correia de Campos, num bar na zona do Rego (Lisboa), onde o último aceita participar no Movimento e assumir o comando do Regimento de Cavalaria 7, coadjuvado pelos tenentes Cid, Cadete e Aparício, logo que concretizada a detenção dos oficiais superiores daquele regimento que deveria ser efectuada por grupos de comandos coordenados pelo major Jaime Neves.
18h00 - Otelo inicia, na Avenida Sidónio Pais, junto ao Parque Eduardo VII, a entrega dos sobrescritos lacrados contendo as instruções finais, bem como de um exemplar do jornal Época - porta-voz do regime, código escolhido para identificar as equipas de ligação (dois oficiais por unidade, circulando cada um na sua viatura e seguindo preferencialmente itinerários diferentes, de modo a prevenir diversas eventualidades) - e, ainda, em alguns casos, material de transmissões.
20h00 - Na residência do comandante Vítor Crespo, no Restelo, realiza-se uma reunião final de Otelo e Vítor Alves com representantes da Armada, nomeadamente os comandantes Geraldes Freire e Abrantes Serra, onde foi obtida a garantia da neutralidade das forças da Marinha.
- O capitão Santa Clara Gomes, oficial de ligação, procede à entrega, na residência do capitão Teófilo Bento, da ordem de missão referente à Escola Prática de Administração Militar (EPAM).
2?h00 - Otelo decide pernoitar, por razões de segurança, no RE 1.
23h00 - Chegada a Santarém dos capitães Candeias Valente e Torres, oficiais do Movimento, portadores da ordem de operações para a Escola Prática de Cavalaria. Comunicam telefonicamente com o tenente Ribeiro Sardinha informando que já se encontram na cidade, na Pastelaria Bijou. Este contacta Salgueiro Maia.
23h30 - O capitão Salgueiro Maia desloca-se à Pastelaria Bijou, no Largo do Seminário, em Santarém, para se encontrar com os agentes de ligação.
23h55 - Na viatura de Salgueiro Maia, estacionada junto ao Jardim da República, é-lhe entregue a ordem de operações e acertados os últimos detalhes. Uma viatura da PIDE/DGS ronda a zona e segue o capitão à distância.
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DIA 24
03h00 - O agente de ligação entrega ao major Albuquerque, do Centro de Instrução e Condução Auto 1 (CICA 1), as ordens de operações referentes às unidades da Zona Norte.
Madrugada – Recepção, no Regimento de Infantaria 14 (RI 14), em Viseu, da ordem de operações. O capitão Ferreira do Amaral transmite as instruções a Lamego e o capitão Aprígio Ramalho à Guarda.
08h00 - O capitão Castro Carneiro e o alferes Pêgo, do CICA 1, iniciam a viagem destinada a entregar as ordens de operações às unidades de Lamego (capitão Delgado da Fonseca), Vila Real (capitão Mascarenhas) e Bragança (Capitão Freixo).
08h30 - Os oficiais da EPC, ligados ao MFA, iniciam nas paradas, no maior sigilo, os contactos com os cerca de cinquenta graduados (oficiais subalternos do Quadro Permanente, alferes, aspirantes, furriéis e cabos milicianos), individualmente, comunicando-lhes que, se a senha e contra-senha forem para o ar, a operação decorrerá nessa madrugada.
c. 09h30 - O capitão Santa Clara Gomes, oficial de ligação, entrega ao major Cardoso Fontão a ordem de missão referente ao Batalhão de Caçadores 5 (BC 5).
10h00 - Álvaro Guerra comunica a Carlos Albino a escolha definitiva de Grândola Vila Morena como senha nacional, garantindo este a sua transmissão.
c. 10h00 - Otelo envia, da estação dos CTT da rua D. Estefânia, o telegrama cifrado a Melo Antunes, contendo o GDH.
11h00 - Carlos Albino adquire na então livraria Opinião o disco «Cantigas de Maio», para garantia, já que, desde Dezembro de 73 havia indícios de que a PIDE se preparava para um assalto aos escritórios do Limite, na Praça de Alvalade.
- O capitão Costa Martins contacta João Paulo Dinis e informa-o que o sinal foi antecipado em uma hora.
14h00 - O jornal República insere uma curta notícia, intitulada «LIMITE», com o seguinte teor: "O programa «Limite» que se transmite em Rádio Renascença diariamente entre a meia-noite e as 2 horas, melhorou notoriamente nas últimas semanas. A qualidade dos apontamentos transmitidos e o rigor da selecção musical, fazem de «Limite» um tempo radiofónico de audição obrigatória.»
14h?? - O major Neves Rosa comunica a Otelo que o último elemento de ligação tinha cumprido a missão.
15h00 - Encontro decisivo de Carlos Albino com Manuel Tomás (técnico da Rádio Renascença e um dos responsáveis pelo programa Limite que regressara de Moçambique com fama de democrata) para a execução da senha e garantia da sua transmissão. Refira-se que, sendo o Limite um programa independente, era obrigado a passar por duas censuras: a da Rádio Renascença e a oficial, esta última corporizada num coronel que acompanhava as emissões em directo e visava previamente os textos. Para maior segurança, retiram-se dos estúdios para um local seguro.
15h30 - Na Igreja de S. João de Brito, simulando rezar, combinam todos os pormenores técnicos da senha.
17h00 - Os tenentes Baluda Cid, Ramos Cadete e Silva Aparício saem da EPC e dirigem-se a Lisboa, com a missão de "controlar", "aliciar" alguns oficiais e tentar "inoperacionalizar" algumas viaturas blindadas do RC 7.
- Manuel Tomás convoca Leite de Vasconcelos (um outro responsável pelo referido programa, companheiro de Manuel Tomás em Moçambique), em dia de folga na locução do Limite, para «gravar poemas». Carlos Albino escreve textos para serem visados pelo censor.
17h30 - Os graduados milicianos da EPC ultimam os preparativos para a operação, designadamente quanto a material e equipamentos.
19h00 - Os censores na Rádio Renascença autorizam os textos e o seguinte alinhamento do bloco com a duração de 11 minutos: quadra, canção Grândola, quadra, poemas Geografia e Revolução Solar, da autoria de Carlos Albino, e a canção Coro da Primavera.
20h00 - Na Rádio Renascença, Leite de Vasconcelos procede à gravação dos textos que lhe são apresentados, desconhecendo o seu objectivo.
21h00 - Otelo entrega ao capitão António Ramos, no Jornal do Comércio, o conjunto de documentos finais e um saco com granadas. Pede-lhe para permanecer toda a noite junto de Spínola, juntamente com outros oficiais de confiança, assegurando-lhe que uma força militar iria garantir a segurança próxima da residência do general, sita na rua Rafael Andrade, ao Paço da Rainha.
- Os oficiais da Força Aérea (tenente-coronel Sacramento Gomes, majores Costa Neves e Campos Moura e capitães Correia Pombinho, Mendonça de Carvalho, Santos Silva e Santos Ferreira) que constituem o «10º Grupo de Comandos» reúnem-se em frente ao Grill do Hotel Ritz e iniciam a vigilância ao Rádio Clube Português
21h30 - Fecho da porta de armas da EPC. Os militares contactados, que haviam saído da unidade, fazem a sua entrada, trajando à civil, para não alertar os elementos da PIDE/DGS que rondam o quartel.
21h50 - O tenente miliciano Sousa e Silva, oficial da dia na EPC, é substituído nesta função, para poder tomar parte na operação.
c. 21h45 - O capitão Santos Coelho, do RE 1, junta-se aos seus camaradas do «10º grupo de comandos» e distribui-lhes armas e munições. Procede, em seguida, à leitura da ordem de operações e à recapitulação das missões.
22h00 - Otelo regressa ao RE 1, onde se farda. Recebe do major Sanches Osório os primeiros quatro comunicados, entregues por Vítor Alves, bem como a notícia de que o Regimento de Infantaria 1 (Amadora) não adere, deixando, assim, de garantir o cerco à prisão de Caxias e a protecção de Spínola. Entrega os comunicados ao seu adjunto para que este os faça chegar ao grupo de comandos que tomará o R.C.P.
- O capitão Salgueiro Maia, que vai comandar a coluna militar da EPC, na "Operação Fim Regime", dá início a uma breve reunião, no piso dos quartos dos oficiais, para dar a conhecer a Ordem de Operações, distribuir missões e definir detalhes para o desencadear da operação.
22h30 - No Posto de Comando encontra-se reunido o Estado Maior do Movimento das Forças Armadas, dirigido pelo major Otelo Saraiva de Carvalho e constituído pelos tenentes-coronéis Garcia dos Santos e Nuno Fisher Lopes Pires, major Sanches Osório, capitão Luís Macedo, adjunto operacional, e comandante Vítor Crespo, que assegura a ligação com a Marinha, garantida pela presença permanente do comandante Almada Contreiras no Centro de Comunicações da Armada (CCA). Contam, também, com a colaboração de quatro oficiais do RE 1 (Frazão, Máximo, Reis e Cepeda).
c. 22h48 - Uma falha técnica suspende, durante alguns minutos, a transmissão dos Emissores Associados de Lisboa, facto que causa natural apreensão nas largas dezenas de militares que aguardam ansiosamente o primeiro sinal para entrar em acção.
c. 22h51 - Restabelecimento da emissão dos E.A.L..
22h55 - 1ª senha: a voz de João Paulo Dinis anuncia aos microfones dos Emissores Associados de Lisboa Faltam cinco minutos para as vinte e três horas. Convosco, Paulo de Carvalho com o Eurofestival 74 «E Depois do Adeus». Era o primeiro sinal para o início das operações militares a desencadear pelo Movimento das Forças Armadas.
23h00 - Na Escola Prática de Artilharia (EPA), em Vendas Novas, os capitães Mira Monteiro e Oliveira Patrício e os tenentes Marques Nave, Cabaças Ruaz, Sales Grade, Andrade da Silva e António Pedro procedem à detenção dos comandante e 2º comandante da unidade, respectivamente coronel Mário Belo de Carvalho e tenente-coronel João Manuel Pereira do Nascimento, ocupam as centrais rádio e telefónica e assumem o controlo do quartel.
- Recolhem à Escola Prática de Infantaria (EPI) as forças que se encontravam em exercícios de campo.
- O «10º grupo de comandos» divide-se em equipas, distribuídas por 4 automóveis, para constituir patrulhas destinadas, além de manter a vigilância ao R.C.P., a observar as principais instalações das Forças de Segurança (GNR, PSP, LP e DGS), e dos quartéis da Calçada da Ajuda (RC 7 e RL 2):
- No BC 5 o major Cardoso Fontão comunica aos oficiais presentes o que está a acontecer e os objectivos do MFA. A adesão é total.
- O capitão António Ramos abandona as instalações do Jornal do Comércio e dirige-se para a residência do general Spínola, aonde acorreram, durante a madrugada, o tenente-coronel Dias de Lima e o major Carlos Alexandre de Morais.
23h25 - O capitão Garcia Correia chega à porta de armas da EPC, acompanhado do 2º comandante, tenente-coronel Henrique Sanches, que nessa noite havia convidado para jantar em sua casa, na expectativa de o aliciar para o movimento, o que se revelara infrutífero. Este, verificando que o oficial de dia fora substituído, ordena-lhe que retire imediatamente o braçal, no que não é obedecido.
23h30 - Henrique Sanches convoca para o seu gabinete o major Costa Ferreira, os capitães Garcia Correia e Correia Bernardo, o tenente Ribeiro Sardinha e o oficial de dia substituto, capitão Pedro Aguiar. O seu objectivo é demovê-los da acção revolucionária. No entanto, é informado da sua determinação em prosseguir a acção, bem como de todos os oficiais presentes nessa noite na EPC.
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DIA 25
00h00 - João Paulo Dinis conclui o programa nos E.A.L. e regressa a casa, seguindo instruções do chefe militar do MFA.
00h20 – Nos estúdios da Rádio Renascença, situados na Rua Capelo, ao Chiado, Paulo Coelho, que ignora os compromissos assumidos pelos seus colegas do programa Limite, lê anúncios publicitários. Apesar dos sinais desesperados de Manuel Tomás, que se encontra na cabina técnica acompanhado de Carlos Albino, para sair do ar, o radialista prossegue paulatinamente a sua tarefa. Após 19 segundos de aguda tensão, Tomás dá uma "sapatada" na mão do técnico José Videira, provocando o arranque da bobine com a gravação que continha a célebre senha: a canção Grândola Vila Morena, de Zeca Afonso.
c. 00h30 - Na EPAM, um grupo de capitães e subalternos armados dá voz de prisão ao oficial de dia, alferes miliciano Pinto Bessa, e ao oficial de prevenção, aspirante miliciano Leão. O capitão Gaspar assume provisoriamente as funções de oficial de serviço.
- No Campo de Instrução Militar de Santa Margarida (CIMSM) começam-se a encher carregadores na arrecadação de material de guerra.
- Na EPA continua-se (iniciada às 23h00) a preparação final do golpe, onde o capitão Santos Silva assumira já o comando, acolitado pelos tenentes Ruaz, Sales Grade e Sousa Brandão.
- Na EPI, os capitães Rui Rodrigues, Aguda e Albuquerque ordenam a formatura da companhia de intervenção, a três bigrupos de cinquenta homens. O capitão Silvério executa o plano de defesa do quartel. Os majores Aurélio Trindade e Cerqueira Rocha convidam o coronel Jasmins de Freitas a aceitar o comando da unidade.
00h40 - Na EPC, em Santarém os oficiais do MFA procuram obter a adesão ao Movimento do tenente coronel Henrique Sanches. Não o conseguindo, procedem à sua detenção.
- No Campo de Tiro da Serra da Carregueira (CTSC) os capitães Oliveira Pimentel e Frederico Morais iniciam a preparação dos homens para levar a bom termo a sua missão - conquistar a Emissora Nacional.
01h00 - No BC 5 o major Fontão ordena ao alferes Frazão que controle e mantenha pessoal de guarda à central telefónica. Manda fechar os portões e neutralizar a central rádio.
- No CIMSM o tenente Luís Pessoa reúne os cabos milicianos e consegue a sua adesão imediata.
- Na EPC o major Rui Costa Ferreira assume o comando.
01h30 - Na EPC Salgueiro Maia manda acordar o pessoal e formar em parada. A adesão é entusiástica. Salgueiro Maia comandará a força tendo o tenente Alfredo Assunção como seu adjunto.
- No CIAAC, em Cascais, um grupo de jovens oficiais vê impedida a sua entrada na unidade que, ao contrário do que se previa, não adere ao Movimento. Contactam o Posto de Comando pedindo nova missão.
- Na EPAM os soldados são armados. No exterior tudo está tranquilo.
- No RI 14 os capitães Gertrudes da Silva, Silveira Costeira, Aprígio Ramalho, Ferreira do Amaral e Augusto convocam os oficiais subalternos e esclarecem a situação. Controlam a central telefónica e os postos de rádio da ordem pública e do Serviço de Telecomunicações Militares (STM).
- No Regimento de Cavalaria 3 (RC 3), em Estremoz, é problemático o cumprimento da missão: marchar sobre Lisboa com uma coluna de autometralhadoras, estacionando na zona da portagem da Ponte Salazar, aguardando ordens do Posto de Comando. O comandante, coronel Caldas Duarte, mostra-se indeciso e pede tempo para reflectir.
02h00 - No RI 14, em Viseu, inicia-se a preparação da companhia que vai seguir para a Figueira da Foz, onde se juntará a outras unidades em acção (RI 10, CICA 2, RAP 3) com vista a constituir o agrupamento «November».
- A companhia de intervenção a três bigrupos comandada pelo capitão Rui Rodrigues abandona a EPI, em Mafra, para seguir por Malveira, Loures, Frielas e Camarate até ao Aeroporto da Portela, que deverá ocupar e defender.
- No BC 5 o major Cardoso Fontão manda distribuir armas, munições e aparelhos de rádio e formar as companhias.
- Do CTSC saem duas viaturas pesadas e um jipe, com um total de 47 homens, e dirigem-se para o seu objectivo.
02h30 – Os capitães Dinis de Almeida e Fausto Almeida Pereira executam vitoriosamente o plano de controlo do Regimento de Artilharia Pesada 3 (RAP 3), na Figueira da Foz, neutralizando os subalternos milicianos em serviço. Almeida Pereira abre o portão da unidade aos oficiais da Escola Central de Sargentos (ECS) de Águeda.
- Forças da EPI iniciam a ocupação dos pontos chave de Mafra, assegurando o domínio da vila e dos respectivos acessos.
02h40 - Forças da Escola Prática de Engenharia (EPE) saem de Tancos para se dirigirem à ponte da Golegã-Chamusca, e aí se juntarem às Companhias de Caçadores 4241/73 e 4246/73 oriundas de Santa Margarida.
02h50 - Uma coluna da EPAM, num total de cerca de cem homens, montados em duas viaturas ligeiras e três pesadas, comandada pelo capitão Teófilo Bento, inicia a curta marcha em direcção ao objectivo.
03h00 - A Rádio Televisão Portuguesa (R.T.P.) - Mónaco na linguagem cifrada dos militares revoltosos - é tomada de assalto pela força da EPAM.
- As 16 viaturas militares, precedidas de um automóvel de exploração civil, que constituíam a força da EPA - composta por uma bateria de artilharia (BTR 8,8) e uma companhia de artilharia motorizada comandadas, respectivamente, pelos capitães Oliveira Patrício e Mira Monteiro - cruzam a porta da unidade e partem de Vendas Novas em direcção a Lisboa.
- Uma bateria de artilharia (BTR 10,5) da EPA, comandada pelo capitão Duarte Mendes, ocupa posições a cavaleiro das estradas de Montemor-o-Novo e Lavre, assegurando a interdição destes eixos viários e garantindo a segurança próxima da unidade.
- Abrem-se os portões do quartel do BC 5 dando saída a duas companhias operacionais.
- O major Campos Moura e o capitão Correia Pombinho, encarregues de assinalar a saída dos homens do BC 5 e que aguardam na viatura do primeiro, escondida por detrás de sebes fronteiras à Penitenciária, partem de imediato para informar o 10º «Grupo de Comandos» do facto.
- Em Lamego, no Centro de Instrução de Operações Militares (CIOE), o seu comandante, tenente-coronel Sacramento Marques dá ordem de saída a uma companhia de tropas especiais que, após cinco horas de percurso, entrará no Porto.
- Nesta cidade, uma força do CICA 1, comandada pelo tenente-coronel Carlos Azeredo, penetra no Quartel-General da Região Militar do Porto (QG/RMP), transformando-o no posto de comando das forças em operações na Região Norte.
03h07 - Encontro do 10º «grupo de comandos» com a segunda companhia do BC 5, comandada pelo tenente Mascarenhas, na confluência da rua Castilho com a Sampaio Pina. O major Fontão estabelece contacto proferindo a senha Coragem! a que o capitão Mendonça de Carvalho responde com Pela Vitória!
03h12 - Efectuada a junção com êxito, encaminham-se para a entrada do Rádio Clube Português que o porteiro Alcino Leal virá a abrir, dando entrada a oito oficiais, sete dos quais armados com pistolas Walther. Estava conquistado sem incidentes o R.C.P., tendo o capitão Santos Coelho informado, de seguida, o Posto de Comando de que México passara para as mãos do MFA.
03h15 - A coluna do CTSC, comandada pelos capitães Frederico Morais e Oliveira Pimentel, chega à Emissora Nacional (E.N.) e ocupa a estação de rádio oficial. Tóquio viera completar o domínio de três objectivos fundamentais na área da comunicação social.
c. 03h15 - As Companhias de Caçadores (Ccaç) 4241/73 e 4246/73 encontram-se com a EPE. A Ccaç 4241/73 marcha para o centro emissor do R.C.P., em Porto Alto; a Ccaç 4246/73 dirigir-se-á a Vila Franca de Xira para dominar a Ponte Marechal Carmona e a EPE seguirá para Lisboa a fim de ocupar posições de defesa na Casa da Moeda.
03h16 - No posto de comando do MFA é interceptada uma conversa telefónica entre o general Andrade e Silva, ministro do Exército e o Prof. Silva Cunha, ministro da Defesa, trocam impressões sobre a situação geral, revelando que tinham conhecimento de que se preparava um jantar importante de carácter conspirativo, mas que a DGS vigiava os oficiais. O primeiro membro do governo, entre outras considerações, afirma que "A situação está sem alteração e perfeitamente sob controlo...está tudo sossegado e não há qualquer problema em qualquer ponto do País." A chamada é interrompida porque o responsável máximo da DGS se encontrava noutro telefone para falar com o ministro da Defesa.
03h30 - A força da EPC - com 10 viaturas blindadas, 12 viaturas de transporte de tropas, duas ambulâncias e um jipe e precedida por uma viatura civil, com três oficiais milicianos - comandada pelo capitão Salgueiro Maia, cruza a porta da unidade e sai de Santarém em direcção a Lisboa.
- A primeira companhia do BC 5, comandada pelo capitão Bicho Beatriz, toma posições de cerco ao Quartel General da Região Militar de Lisboa (QG/RML). O oficial de serviço, aspirante Silva, informa o chefe do Estado-Maior, coronel Duque, da situação. Inicia-se, a partir de então, de acordo com a cadeia hierárquica, o processo de prevenção dos principais responsáveis das Forças Armadas.
- Carlos Albino e Manuel Tomás retiram-se das instalações da Rádio Renascença.
c. 03h30 - Surge o primeiro alarme oficial das forças governamentais sobre a eclosão do Movimento, na cidade do Porto: o coronel Santos Júnior, comandante da PSP local, informa o Comando da GNR da tomada do QG/RMP pelos revoltosos.
03h31 – Os ministros da Defesa e do Exército retomam o diálogo telefónico, acabando por concluir que o Presidente da República, nesse dia, "pode deslocar-se à vontade, porque, por lá (Tomar), está tudo calmo".
03h40 - A coluna do RI 10 de Aveiro, comandada pelo capitão Pizarro, chega aos portões do RAP 3. O coronel Sílvio Aires de Figueiredo, comandante da última unidade, é detido, nessa altura, pelo capitão Dinis de Almeida. Decorrerá ainda algum tempo até que se constitua o Agrupamento Norte: a coluna do RAP 3 demora a formar, é preciso municiar as tropas chegadas de Aveiro, aguarda-se que cheguem as forças do Centro de Instrução de Condução Auto 2 (CICA 2) da Figueira da Foz e do RI 14 de Viseu.
03h55 - A companhia do RI 14 autotransportada, comandada pelo capitão Silveira Costeira, constituída por 4 viaturas pesadas, 1 ambulância e 1 viatura de exploração civil, sai do quartel passando por Tondela, Santa Comba Dão, Luso, Anadia e Cantanhede.
03h56 - O Posto de Comando toma conhecimento que foi quebrado o factor surpresa. O documento onde são anotadas as escutas telefónicas – intitulado A Fita do Tempo – regista: «Concentração que avança sobre Lisboa. Ele (Min. Ex?) vai já para lá (?)».
03h57 - A ausência de notícias da coluna da EPI, que ainda não conquistara o Aeroporto, conduz ao adiamento da transmissão do primeiro comunicado inicialmente prevista para as 4h00.
04h00 - Um pelotão do BC 5 desloca-se para a residência de António de Spínola, a fim de garantir a sua segurança.
- O programa «A noite é nossa», do R.C.P., deixa de transmitir publicidade, passando a emitir apenas música.
04h15 - O general Eduardo Martins Soares, comandante da RMP, apela aos coronéis Rui Mendonça, comandante do RI 8, e Carneiro de Magalhães, comandante do RI 13, ambos de Braga, para avançarem sobre o Porto e libertarem o QG das mãos dos insurrectos. Nos dois casos, os oficiais das unidades recusam-se a cumprir tais ordens.
04h20 - A coluna da EPI, comandada pelo capitão Rui Rodrigues, assume o controlo do Aeródromo Base nº 1 (Figo Maduro) e do Aeroporto de Lisboa. O capitão Costa Martins emite um comunicado NOTAM, interditando o espaço aéreo português e desviando o tráfego para os aeroportos de Las Palmas e Madrid. Nova Iorque encontra-se sob o controlo do Movimento.
04h22 - Em resposta a um telefonema de Silva Cunha, a mulher do Ministro do Exército informa-o que «O Alberto saiu agora de casa».
04h26 - O Rádio Clube Português transmite o 1º comunicado do Movimento das Forças Armadas, lido por Joaquim Furtado. Seguem-se o Hino Nacional e marchas militares, designadamente uma da autoria de John Philip de Sousa que se viria a transformar no hino do MFA. Os portugueses começam a tomar conhecimento de que algo de muito importante se está a desenrolar no País.
- No Grupo de Artilharia Contra Aeronaves 2 (GACA 2) de Torres Novas os capitães do Quadro Permanente, Pacheco, Dias Costa e Ferreira da Silva, conseguem a adesão dos tenentes milicianos comandantes de companhias mobilizadas para o Ultramar e que aguardam embarque.
04h30 - Rendição do QG/RML. O major Cardoso Fontão comunica ao posto de comando que Canadá fora ocupado sem incidentes.
- Forças do CICA 1 detêm, à saída da sua residência, o chefe do Estado-Maior do Q.G./R.M.N., coronel Ramos de Freitas.
04h45 - O 2º comunicado do MFA é emitido, apelando à desmobilização de eventuais acções contra o Movimento.
- O primeiro grupo do BC 5, comandado pelo major Fontão, penetra no interior do R.C.P.
- O alarme é dado no Quartel-General da Região Militar de Coimbra (QG/RMC). Rapidamente se apercebem de que a maior parte das unidades segue o Movimento.
- O governador da Região Militar de Lisboa reúne-se com o corpo do seu Estado-Maior na residência do respectivo subchefe.
05h00 - Após uma viagem sem problemas, a coluna da EPC passa na portagem da auto-estrada, em Sacavém.
c. 05h00.- No Quartel-General da Região Militar de Évora (QG/RME) é recebida ordem do Ministério do Exército para entrar de prevenção rigorosa.
- Marcelo Caetano recebe um telefonema do director-geral da PIDE/DGS, major Silva Pais, que lhe comunica estar a Revolução na rua, sendo a situação muito grave, pelo que se tornava necessário que o Presidente do Conselho se refugiasse no Quartel do Comando-Geral da GNR no Largo do Carmo.
05h15 - Leitura do 3º comunicado que, entre outros apelos, aconselha a população a permanecer em casa. Grande parte desta, pelo contrário, vai para a rua, passando a manifestar um acolhimento eufórico à iniciativa dos militares, misturando-se com eles, conferindo, assim, ao golpe militar, muitos dos contornos de uma verdadeira revolução.
05h19 - O general Nascimento telefona ao recém nomeado CEMGFA, general Luz Cunha, a informá-lo que "está muita tropa na rua e é preferível seguir para aqui".
c. 5h20 - O general Viotti de Carvalho, vice-chefe do Estado-Maior do Exército (EME) determina ao comandante da EPTm para proceder à escuta das comunicações militares e as relatasse para o Estado-Maior. No entanto, há largas horas que a referida unidade militar desempenhava aquela missão, mas a favor do MFA.
05h27 - O ministro do Exército ordena ao RI 6, do Porto, que liberte o Q.G./R.M.P, determinação que não será cumprida, uma vez que a unidade era afecta ao MFA.
05h30 - No itinerário para o Terreiro do Paço, Salgueiro Maia cruza-se com viaturas da Polícia de Segurança Pública, no Campo Grande e, cerca de 10 minutos depois, com a Polícia de Choque, na Av. Fontes Pereira de Melo, que não se manifestam.
c. 05h30 - O Comando Territorial do Algarve (CTA) ordena a entrada em prevenção rigorosa das suas três unidades.
05h32 – O ministro do Exército determina ao general Carvalhais que se ocupe da protecção dos CTT, Águas e Electricidade.
05h45 - O 4º comunicado sintetiza os anteriores alertando para que a situação não se encontra ainda totalmente controlada.
05h46 - O Ministro do Exército ordena ao comandante do Regimento de Cavalaria 7 (RC 7), coronel António Romeiras Júnior, que, com os carros de combate M47, tome posições em Vale de Cavalos para deter uma coluna da EPC que fora «referenciada no Cartaxo» e que «vem a caminho de Lisboa».
05h50 - Uma força do CICA 1 ocupa o centro emissor de Miramar (Porto) do R.C.P.
c. 05h55 - As forças de Salgueiro Maia instalam-se no Terreiro do Paço, de forma marcadamente intimidatória. Encontram-se cercados os ministérios, a Câmara Municipal, a Marconi, o Banco de Portugal e a 1ª Divisão da P.S.P., estando dirigidas as metralhadoras para as janelas do Ministério do Exército. «Estamos aqui para derrubar o Governo» declara Salgueiro Maia ao jornalista Adelino Gomes.
05h59 - O ministro do Exército telefona ao coronel Romeiras Júnior, e ordena-lhe que "veja se consegue salvar esta coisa, pois estamos todos cercados", recebendo a resposta que as forças daquela unidade iam a caminho e já se encontravam na Av. 24 de Julho.
c. 06h00 - O Quartel-General da Região Militar de Tomar (QG/RMT) ordena às unidades que passem ao estado de prevenção rigorosa. Mas já há algumas horas que forças de Tancos (EPE), de Santa Margarida (Ccaç 4241 e 4246) e de Santarém se movimentam em apoio do MFA.
- A companhia do GACA 2 de Torres Novas, na qual ocorrera uma viragem da situação (de força inimiga passa a apoiante), ocupa o Quartel e resiste a todas as ameaças, apesar de se manter sem contactos com o Posto de Comandos do MFA até às 20h00 do dia 26.
06h05 - O alferes miliciano David e Silva chega ao Terreiro do Paço comandando um pelotão de AML/Chaimites reforçado com Panhards do RC 7, favorável ao Governo, mas adere imediatamente ao Movimento, colocando-se às ordens de Salgueiro Maia. A mesma atitude será tomada por dois pelotões do Regimento de Lanceiros 2 (RL 2) que guardam o Ministério do Exército, à excepção de sete elementos que virão a possibilitar a fuga aos membros do Governo aí refugiados.
06h10 - O ministro do Exército pede ao general da FA Henrique Troni para "mandar dois aviões sobrevoar o Terreiro do Paço".
06h50 - A bateria de obuses do Regimento de Artilharia Pesada 2 de Vila Nova de Gaia toma posição em ambas as entradas da Ponte da Arrábida, no Porto, dando acesso unicamente às «forças amigas» (do MFA).
- Uma força do RL 2, comandada pelo tenente Ravasco, tenta, sem êxito, recuperar o QG/RML.
07h00 - Forças da EPA de Vendas Novas, comandadas pelos capitães Patrício e Mira Monteiro, ocupam a colina do Cristo-Rei, em Almada (com o nome de código Londres).
- Surge no Terreiro do Paço, do lado da Ribeira das Naus, um pelotão de reconhecimento Panhard do RC 7, orientado pelo seu 2º comandante, tenente-coronel Ferrand de Almeida que, perante o dilema de ter de disparar ou de se render, opta por esta última posição, sendo preso.
- Uma coluna do RC 3 de Estremoz, sob o comando do capitão Andrade Moura e Alberto Ferreira, sai do Quartel e dirige-se a Setúbal, a fim de atingir a Ponte Salazar (actual Ponte 25 de Abril). Juntam-se-lhe os capitães Miquelina Simões e Gastão Silva, colocados no Regimento de Lanceiros 1 de Elvas, na sequência do frustrado golpe das Caldas.
- O Agrupamento Norte – envolvendo, nesta altura, forças do RAP 3 e CICA 2 da Figueira da Foz e do RI 10 de Aveiro - sai a porta de armas do Quartel e mete-se à estrada em direcção a Leiria.
07h30 - O RI 14 de Viseu chega à Figueira da Foz e integra as forças do Agrupamento Norte muito antes da sua chegada a Leiria, assumindo o comando o capitão Gertrudes da Silva.
- É lido por Luís Filipe Costa o 5º comunicado do Movimento das Forças Armadas, em que se fornecem elementos acerca dos objectivos do MFA.
- É detido, nas imediações do R.C.P., o tenente-coronel Chorão Vinhas, comandante interino do BC 5.
- Uma segunda coluna da EPC, constituída por cinco carros de combate (2 M47 e 3 M24) e dois pelotões de atiradores (cerca de 60 homens), comandada pelo capitão Correia Bernardo, atinge o perímetro de Santarém, pronta para avançar para Lisboa em apoio da coluna de Salgueiro Maia. A evolução favorável dos acontecimentos acabou por tornar desnecessária tal medida.
07h40 - A Companhia de Caçadores (Ccaç 4241/73) ocupa o centro emissor do R.C.P., em Porto Alto.
07h50 - Os capitães Glória Alves e Ferreira Lopes, à frente de um pelotão do Centro de Instrução de Condução Auto 5 (CICA 5) de Lagos, ocupam o centro retransmissor de Fóia.
08h00 - Verifica-se o corte de energia ao centro emissor do R.C.P., em Porto Alto, que passa a funcionar com o gerador de emergência.
- A Companhia do CIOE, comandada pelo capitão Delgado da Fonseca, chega à cidade do Porto, dirigindo-se ao CICA 1.
08h15 - Uma força da GNR saída do Quartel do Cabeço de Bola, constituída por 12 "Land Rover", toma posição no Campo das Cebolas. Após um breve diálogo com Salgueiro Maia e face à disparidade de meios, o comandante é convencido a abandonar o local.
08h22 – O CEMGFA, general Luz Cunha, informa o chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), general Paiva Brandão, que "pretende utilizar meios da Escola Prática do Serviço de Material (EPSM) para tomar posições e libertar o AB 1. Irem pela auto-estrada e tomarem estrada secundária. Terem cuidado com o Cmdt. dessa força porque a entrega do Ferrand o deixou muito em baixo".
08h30 - É lido, pela primeira vez na Emissora Nacional, um comunicado do MFA.
08h50 - Uma coluna de nove viaturas militares da EPE de Tancos estaciona no centro emissor do R.C.P., a fim de reforçar a sua defesa. Mais tarde segue para Lisboa onde ocupa a Casa da Moeda, seu objectivo inicial.
09h00 - A fragata Almirante Gago Coutinho, comandada pelo capitão-de-fragata Seixas Louçã, toma posição no Tejo, em frente ao Terreiro do Paço, intimidando directamente as forças de Salgueiro Maia. Perante esta situação, a artilharia do Movimento, já estacionada no Cristo-Rei, recebe ordens do Posto de Comando para afundar a fragata no caso desta abrir fogo. O vaso de guerra terá recebido ordem do vice-chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Jaime Lopes, "para se preparar para abrir fogo". A ordem de disparar nunca chegou.
- O major Cardoso Fontão detém, nas imediações do Q.G./R.M.L., o brigadeiro Serrano que, no 16 de Março, comandara o cerco ao RI 15.
- Chega à residência de Spínola o médico Carlos Vieira da Rocha, amigo do general e proprietário do automóvel Peugeot que os haveria de transportar, no final da tarde, ao Quartel do Carmo.
09h15 - Uma força da EPC, com uma AML e uma ETT/Panhard, comandadas pelo alferes Sequeira Marcelino e pelo aspirante Pedro Ricciardi, vai reforçar a protecção do QG/RML, em São Sebastião da Pedreira.
09h35 - Chega ao Terreiro do Paço uma força comandada pelo brigadeiro Junqueira dos Reis, 2º comandante da RML, constituída por 4 CC/M47, uma companhia de atiradores do Regimento de Infantaria 1 e alguns pelotões da Polícia Militar. Dois dos carros de combate, comandados pelo major Pato Anselmo, tomam posições na Ribeira das Naus, enquanto os outros dois, sob o comando do coronel Romeiras Júnior, penetram na Rua do Arsenal.
09h40 - Protegidos pelos blindados do RC 7, os ministros da Defesa, Silva Cunha, do Interior, César Moreira Baptista, do Exército, Andrade e Silva, da Marinha, Pereira Crespo, o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Joaquim Luz Cunha, o governador militar de Lisboa, Edmundo Luz Cunha, o subsecretário de estado do Exército, coronel Viana de Lemos e o almirante Henrique Tenreiro, fogem pelas traseiras do Ministério do Exército, abrindo um buraco na parede que comunica com a biblioteca do Ministério da Marinha. No parque de estacionamento interior tomam lugar numa carrinha que os transporta ao Regimento de Lanceiros 2, onde instalam o Posto de Comando das tropas leais ao Governo.
10h00 - Na Rua do Arsenal, o tenente Alfredo Assunção, da EPC, empreende uma tentativa de negociação com o coronel Romeiras Júnior e o brigadeiro Junqueira dos Reis.
- Este oficial-general agride com três murros o emissário dos revoltosos que responde com continência e uma rígida posição de sentido. O brigadeiro manda, em seguida, abrir fogo sobre ele, não sendo obedecido, por intervenção directa do coronel Romeiras. Assunção regressa, então, para junto das suas tropas.
10h10 - Chega ao Terreiro do Paço o tenente-coronel Correia de Campos, enviado do Posto de Comando da Pontinha, com a missão de coordenar as operações.
10h15 - Um grupo de comandos, que integra Correia de Campos e Jaime Neves, passa revista ao Ministério do Exército, confirmando a fuga dos ministros que tinha por missão prender, procedendo à detenção de diversos oficiais superiores, designadamente o coronel Álvaro Fontoura, chefe de gabinete do ministro do Exército que seriam, pouco depois, transferidos para o RE 1.
10h30 - Depois de algumas tentativas infrutíferas para a rendição do major Pato Anselmo, na Ribeira das Naus, esse intento é alcançado por um civil, o ex-alferes miliciano Fernando Brito e Cunha, que actua às ordens de Correia de Campos. Os dois carros de combate e as tropas que os seguiam passam-se para o lado dos revoltosos, ficando sob o comando de Salgueiro Maia.
- O Agrupamento Norte, comandado pelo capitão Gertrudes da Silva, atinge Peniche, com o objectivo de ocupar essa odiosa prisão política do Regime. Face à resistência da PIDE/DGS, a companhia do CICA 2 e duas secções de obuses do RAP 3 montam cerco àquele objectivo, seguindo o grosso da coluna para Lisboa.
10h45 – Face à perda de metade da sua coluna, o 2º comandante da RML transfere o CC/M47 do alferes miliciano Fernando Sottomayor (RC 7) para a Ribeira das Naus. Seguidamente, o brigadeiro Junqueira dos Reis ordena-lhe que abra fogo sobre Salgueiro Maia, quando este se encontra entre a esquina do Ministério do Exército e o muro para o rio Tejo, numa tentativa para obter a rendição do remanescente das forças fiéis ao governo. O oficial miliciano recusa-se a obedecer, sendo detido e transferido para o RL2.
10h50 - Junqueira dos Reis ordena, sem sucesso, aos soldados que abram fogo. Perante a desobediência generalizada, o oficial-general dá dois tiros para o ar e dirige-se para a Rua do Arsenal, onde se encontra o carro de combate do comandante do RC 7.
11h00 - Incapaz de se fazer obedecer, o 2º governador militar de Lisboa conserva as forças que lhe restavam nas posições que ocupavam, não tomando, naquela altura, mais nenhuma iniciativa.
- O governo consegue cortar a emissão em FM do R.C.P., desligando o comutador de Monsanto.
- É detido, por forças do BC 5, nas instalações do Quartel Mestre General, o seu responsável, general Louro de Sousa.
11h30 - As unidades estacionadas no Terreiro do Paço dividem-se, avançando:
- a Escola Prática de Cavalaria para o Quartel do Carmo, sendo, ao longo de todo o percurso, aclamada entusiasticamente pela população.
- forças dos Regimentos de Cavalaria 7, Lanceiros 2 e Infantaria 1 - que contavam com 16 blindados - comandadas por Jaime Neves e pelos tenentes de Cavalaria Cadete e Baluda Cid, para o Quartel-General da Legião Portuguesa (Marrocos).
11h45 - Difundido novo comunicado do MFA ao País, informando que, de Norte a Sul, a situação se encontra dominada e que "...em breve chegará a hora da libertação."
12h00 - A fragata Almirante Gago Coutinho retira para o Mar da Palha.
- No Rossio, uma companhia do Regimento de Infantaria 1 , da Amadora, comandada pelo capitão Fernandes, tenta barrar o caminho para o Quartel do Carmo, à coluna da EPC. Após curto diálogo com o comandante das tropas, estas passam para o lado de Salgueiro Maia.
12h30 - É montado o cerco ao Quartel da GNR, no Carmo, pela coluna da EPC.
12h45 - Forças hostis da GNR ocupam posições na retaguarda do dispositivo de Salgueiro Maia.
13h00 - Um comunicado do MFA tranquiliza as famílias dos militares envolvidos no movimento revoltoso.
- Face ao cerco do Quartel do Carmo, o brigadeiro Junqueira dos Reis dirige-se, com os dois CC/M47 e os lanceiros e atiradores que lhe restavam, para o Largo de Camões, na esperança de, conjuntamente com forças da GNR, tentar libertar o Presidente do Conselho. Tais intenções rapidamente se verificam inexequíveis. A companhia do RI 1 passa-se para as fileiras do MFA e uma parte da guarnição de um M/47 abandona-o, confinando o brigadeiro a uma posição de crescente fraqueza face ao aumento do poderio dos revoltosos.
13h15 - A coluna do RC 3 de Estremoz atinge o seu objectivo, a Ponte Salazar.
13h30 - Um helicanhão sobrevoa o Largo do Carmo, causando grande ansiedade entre militares e civis.
13h40 - O comandante e o Estado-Maior da Legião Portuguesa apresentam a sua rendição.
14h00 - Corte de energia ao emissor de Miramar (Porto) do R.C.P.
14h30 - É lido por Clarisse Guerra, aos microfones do Rádio Clube Português, um comunicado do MFA, no qual se dá conta dos objectivos e posições controlados e do ultimato para a rendição de Marcelo Caetano.
c. 15h10 - Salgueiro Maia solicita, com megafone, a rendição do Carmo em 10 minutos. Momentos antes recebera do Posto de Comando do MFA uma mensagem escrita pelo major Otelo Saraiva de Carvalho na qual ordena que apresente um aviso-ultimato para a rendição.
15h15 - São libertados da Trafaria os onze militares que aí se encontravam detidos em consequência do falhado golpe das Caldas.
15h30 - Não sendo atendido após 15 minutos, Salgueiro Maia ordena ao tenente Santos Silva para fazer uma rajada da torre da Chaimite sobre as janelas mais altas do Quartel, repetindo o apelo de rendição logo a seguir.
15h45 - Do Quartel do Carmo sai o major Hugo Velasco, membro do MFA, para falar com o capitão Salgueiro Maia.
16h00 - O coronel Abrantes da Silva, a pedido de Salgueiro Maia, entra no Quartel para dialogar com os sitiados.
- Forças do CIOE dirigem-se aos estúdios da R.T.P. (Monte da Virgem) e do R.C.P. (Tenente Valadim), no Porto, para proceder à sua ocupação.
16h15 - O capitão Salgueiro Maia dá ordens ao alferes miliciano Carlos Beato para instalar os seus homens no cimo das varandas do edifício da Companhia de Seguros Império e fazer fogo sobre a frontaria do Carmo, agora com armas automáticas G-3.
16h25 - O comandante da força da EPC, na ausência de resposta por parte dos sitiados no Quartel do Carmo, ordena a colocação de um blindado em posição de tiro e chega a dar "voz" de "um, dois"..., sendo interrompido pelo tenente Alfredo Assunção que conduz dois civis até ele. Trata-se de Pedro Feytor Pinto, director dos Serviços de Informação da Secretaria de Estado da Informação e Turismo, e Nuno Távora, que se dizem portadores de uma mensagem do general Spínola para Marcelo Caetano.
16h30 - Salgueiro Maia autoriza a entrada no Quartel dos dois mensageiros.
c. 16h30 - Spínola comunica ao Posto de Comando do MFA ter recebido um pedido de Marcelo Caetano para ser ele a aceitar a rendição do chefe do governo. Otelo, após recolher a opinião dos presentes, concede-lhe esse mandato.
16h45 - Os dois mensageiros saem do Quartel do Carmo e deslocam-se num jipe, acompanhados por Alfredo Assunção, para casa de Spínola que, entretanto, se dirige já para o Carmo.
17h00 - Salgueiro Maia desloca-se ao interior do Quartel e fala com Marcelo Caetano que, após ter colocado algumas perguntas, lhe solicita que um oficial-general vá efectuar a transmissão de poderes (Spínola, com quem, aliás, falara já ao telefone) para que o poder não caia na rua.
17h00 - Salgueiro Maia pede a Francisco Sousa Tavares e a Pedro Coelho, oposicionistas ligados à CEUD e ao PS, para ajudarem a afastar a população. Sousa Tavares sobe para uma guarita da GNR e, usando o megafone, apela à calma.
17h45 - Chegada ao Largo do Carmo do general António de Spínola, acompanhado pelo tenente-coronel Dias de Lima, major Carlos Alexandre Morais, capitão António Ramos e dr. Carlos Vieira da Rocha. Após longos minutos envolvido pela multidão, o Peugeot que transportava Spínola consegue, finalmente, chegar junto da porta de armas do quartel.
18h00 - António de Spínola, acompanhado por Salgueiro Maia (que o informa sobre o modo como os membros do Governo serão retirados das instalações), entra no Quartel do Carmo para dialogar com Marcelo Caetano.
18h15 - Spínola encontra-se com Marcelo e informa-o dos procedimentos que serão adoptados para a sua saída do local e posterior evacuação para a Madeira. Enquanto isso, Salgueiro Maia pede à população que abandone o Largo do Carmo, a fim de se proceder à retirada do Presidente do Conselho e dos ministros. O apelo é ignorado.
18h20 - Um comunicado do MFA informa o País da entrega de Marcelo Caetano e de membros do seu ex-governo, refugiados no Carmo.
18h25 - Às ordens de Salgueiro Maia, soldados formam um cordão em frente da porta de armas do Quartel, por forma a ser possível retirar Marcelo Caetano em segurança.
18h30 - O Agrupamento Norte chega a Lisboa.
- Numa manobra difícil, a autometralhadora Chaimite penetra, de marcha atrás, no Quartel do Carmo.
19h00 - Marcelo Caetano, Rui Patrício e Moreira Baptista abandonam o Quartel do Carmo, sendo conduzidos na autometralhadora Chaimite "Bula", em direcção ao Quartel da Pontinha.
- A Baixa de Lisboa é invadida por enorme multidão que vitoria as Forças Armadas e a Liberdade.
19h50 - Comunicado do MFA anunciando formalmente a queda do Governo.
20h05 - É lida, através dos emissores do RCP, a Proclamação do Movimento das Forças Armadas.
c. 20h30 - Na Rua António Maria Cardoso, onde se situa a sede da PIDE/DGS, agentes desta polícia política abrem fogo sobre a multidão que se aglomera na referida artéria, causando 4 mortos e dezenas de feridos.
21h00 - A Chaimite "Bula" e a coluna da EPC atingem o Quartel da Pontinha.
c. 21h00 - Forças do RAP 3 e da EPI deslocam-se ao Comando da 1ª Região Aérea, em Monsanto, para proceder à detenção dos ministros da Defesa, do Exército e da Marinha, e de outras altas patentes militares que ali se haviam refugiado desde a tarde, conduzindo-os ao RE 1.
22h00 - Forças de pára-quedistas chegam à prisão de Caxias, onde a PIDE/DGS continua a resistir.
23h30 - Chegada da EPC ao RC 7 e RL 2 que ocupa, perante a rendição, sem resistência, dos seus comandantes.